«(...) Não se tratam de imagens "cliché ou icónicas, mas uma mulher que sofreu o choque de saber o seu destino e as dores do parto" (...)»
É uma incorreção antiga e continuada na imprensa portuguesa este (mau) uso no plural do verbo tratar, conjugado pronominalmente. Dos tais erros que, pela sua repetição, teimosa e desleixada, são bem ilustrativos de como (des)anda hoje o domínio do idioma nacional no jornalismo português*. Muito, mas mesmo muito, para além do Acordo Ortográfico, e da sua incompetente aplicação, como se continua a apregoar por aí.
* É o destratado "tratam-se" e o sempre maltratado verbo intervir, o tropeção permanente no «... de encontro a» (em vez de «... ao encontro de»), mais «a moral» quando é «o moral» [constante até nas legenda dos filmes...] e os disparatados "mais favorita" e "preferir mais do que". Ou o predicado sempre no singular com a expressão «um dos que» (a despeito de décadas de esclarecimentos e reparos, até dos respetivos provedores). Ou o mau emprego do verbo haver, com os desmedidos "haviam" e "terão havido", mais os "há" no lugar dos "à". E tantos e tantos outros erros... básicos de mais para quem faz do português o seu instrumento de trabalho. Dizem, também muito, do estado do jornalismo português em geral, nesta síntese perfeita de João Paulo Guerra.