«Em Alcântara, dividido entre a LX Factory e o Village Underground, acontece nesta sexta-feira e sábado mais uma edição do Famous Fest. Este ano, com um programa que procura dar-nos mais do que sessões de humor.
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O Famous Humour Fest perdeu este ano o Humour no nome, mas não o humor na programação. Continua a ser um festival onde o riso é primordial, mas à 5ª edição não se fica apenas pelos espectáculos e sessões de humor para nos dar também concertos ou exposições. Wasted Rita, por exemplo, a portuguesa que Banksy veio buscar para a sua Dismaland, terá toda uma parede do Village Underground para as suas frases cáusticas. Ao lado, na vizinha LX Factory, acontecem sessões como uma conversa entre Ricardo Araújo Pereira e António Tabet, da Porta dos Fundos, ou a transposição para o palco do podcasts de Bruno Nogueira, Filipe Melo e Nuno Markl, Uma Nêspera no Cu. (...)»
[in Público de 25/08/2015]
É a duvida que resta: e o humor foi também em inglês?
Já agora: alguém imagina um evento, musical ou de qualquer outra natureza, apresentado assim em qualquer outro país de língua oficial portuguesa?
P.S. – Em Portugal, está visto, não é só no humor que o inglês faz de língua veicular. Meia dúzia de casos de absoluto descoco tropeçados ao acaso: cabeleireiras que ficaram mais chiques se tratadas como HairStylists; empresas de contabilidade pavoneadas de... Financial Services; uma estação do Metro de Lisboa batizada de PT Blue Station; uma Lisbon Big Apps pela mão da própria câmara da capital portuguesa; cursos pró-«prosperidade, abundância e felicidade» (!!), ainda por cima pós-laborais, publicitados como My Soul Project; um Portuguese Diabetes Leadership Forum; uma rádio nacional e outra de TV com programas para kids e sobre bikes, e sondagens low cost e tracking poll... Se até o principal clube português não encontrou melhor forma de homenagear o seu mais emblemático futebolista de sempre (ainda por cima elevado a figura com direito a Panteão Nacional), com uma denominada Eusébio Cup!... E o que dizer de jornais portugueses (com leitores portugueses, ou não?) com secções e títulos frequentes em inglês? Depois, é o habitual: nada de mais maléfico para a língua portuguesa do que o Acordo Ortográfico.