1. A língua portuguesa será objecto de análise durante dois dias (26 e 27 de Novembro), no II Congresso da Língua Portuguesa, promovido pelo Instituto Piaget, que decorrerá no Campus Universitário de Almada (Portugal). Com a presença de um leque variado de participantes de diversos países da lusofonia (secretário executivo da CPLP, escritores, jornalistas, produtores, investigadores e professores), temas como «O português como língua de identidade e criação», «como língua de ciência» e «no contexto dos grandes espaços linguísticos e económicos», «Diversidade e universalismo da língua portuguesa», «Difusão do português nos media e no ciberespaço», «O património cultural da língua portuguesa», «O ensino do português» sobressaem pela actualidade e pela pluralidade dos universos da língua.
2. O programa Língua de Todos de sexta-feira, 26 de Novembro (às 13h15* na RDP África, com repetição no dia seguinte, às 9h15*), será dedicado a dois temas: os 75 anos da morte de Fernando Pessoa, assinalados com uma conversa com Myrna Queiroz, directora e impulsionadora da Revista Pessoa, que acaba de ser lançada na Bienal de São Paulo; em entrevista com o autor e o presidente da Associação de Professores de Português, em Portugal, Paulo Feytor Pinto, o livro recentemente editado em Portugal O Essencial sobre Política da Língua. Na emissão do Páginas de Português de domingo, 28 de Novembro (às 17h00*, na Antena 2): o renovado espaço na Internet do Observatório da Língua Portuguesa esmiuçado por um dos seus responsáveis, o embaixador Eugénio Anacoreta Correia; análise sobre a questão: deve dizer-se «redonda mentira» ou «rotunda mentira»? Ainda neste programa, será apresentada a carta premiada do mês, na rubrica «Uma Carta É Uma Alegria da Terra», em colaboração com os CTT, Correios de Portugal. Ambos os programas se encontram também disponíveis em podcast, na página da rádio e da televisão públicas portuguesas, na Internet.
3. Ficam entretanto 10 novas respostas na actualização deste dia do consultório do Ciberdúvidas.
1. A propósito da greve geral que ocorre neste dia em Portugal, a situação laboral de parte significativa da população que trabalha por conta de outrem leva à repetição de um erro muito comum no discurso jornalístico-sindical: "precaridade", em vez de precariedade. Recordamos por isso aqui e aqui alguns esclarecimentos anteriores.
2. Na Antologia, divulga-se um texto do escritor brasileiro Coelho Neto (1864-1934), cultor do vocábulo raro e acintoso, de cepa camiliana, como ilustra a seguinte frase acusatória: «A língua está a pique de perder-se, degenerando em garabulha [= "trapalhada"] por arte de franchinotes [= "indivíduos afectados"].»
3. Sintaxe, semântica lexical e estilística são as áreas linguísticas abordadas na nova actualização do consultório do Ciberdúvidas.
Não há dúvida de que tudo o que corresponda a mudança inquieta mesmo os mais ousados. Prova disso têm sido as dúvidas que nos têm sido apresentadas sobre as novidades que o Acordo Ortográfico de 1990 propõe aos povos lusófonos como processo de actualização da grafia. As implicações da dupla grafia ou a valorização do que está consagrado pelo uso têm-se revelado como campo fértil de diálogo, de controvérsia, de estudo, de investigação, de reflexão sobre a língua.
É assim que duas das sete novas respostas em linha se debruçam sobre o novo acordo ortográfico (dupla grafia e hifenização). A presença de recursos estilísticos num texto jocoso, o significado de um provérbio, a expressão representativa de um gesto, a função dos marcadores discursivos e o valor da preposição por como conector são igualmente tema deste dia no consultório do Ciberdúvidas.
1. Um pouco ao contrário do que acontece no Brasil, em Portugal alguns falantes andam a generalizar indevidamente a ênclise, isto é, a colocação do pronome depois da forma verbal flexionada. Esta tendência já chegou aos canais da televisão por cabo, como mostra Maria João Matos, que, no Pelourinho, critica um caso chocante de ênclise em orações cujo sujeito é o pronome indefinido alguém.
2. Entre os tópicos abordados nas oito respostas da nova actualização do consultório do Ciberdúvidas, saliente-se uma outra tendência do português europeu que, desta vez, a norma relega para a linguagem familiar: o uso do pretérito perfeito composto do indicativo em orações condicionais hipotéticas («se eu não tenho travado...» em vez de «se eu não tivesse travado...»).
3. Num momento em que o desaparecimento de muitas línguas minoritárias está ou parece iminente, vale a pena consultar a rubrica Antologia e reflectir sobre as palavras de confiança escritas há mais de cem anos pelo poeta brasileiro Raimundo Correia (1859-1911): «E basta às vezes pensar na vastidão do território onde ela [a língua portuguesa] é entendida [...], para se dissipar em nós esse vago receio de que venha a desaparecer algum dia da face do globo [...].»
1. North Atlantic Treaty Organization, NATO/Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN. A propósito da actualidade destes dias, em Lisboa, aqui se recordam as razões e as contra-razões de a sigla anglófona NATO se ter sobreposto nos últimos tempos ao que foi sempre tradicionalmente usado — e recomendado — nos media portugueses (nos media portugueses, mas não nos media brasileiros, nem nos media angolanos, nem nos media espanhóis, nem nos media belgas ou nos media franceses, onde se opta, sempre, pela sigla OTAN, correspondente à devida tradução do inglês).
2. O Livro do Desassossego, de Bernardo Soares/Fernando Pessoa (e o filme de João Botelho), e o ensino da língua portuguesa nos EUA são os temas dos programas Língua de Todos (sexta-feira, 19 de Novembro, 13h15* na RDP África, com repetição no dia seguinte, às 9h15*), e Páginas de Português (domingo, 21 de Novembro, 17h00*, na Antena 2). Ambos os programas se encontram também disponíveis em podcast, na página da rádio e da televisão públicas portuguesas, na Internet.
3. Ficam entretanto 15 novas respostas na actualização deste dia do consultório do Ciberdúvidas.
* Hora oficial de Portugal continental.
1. Qual o significado da expressão «o último dos moicanos»? Pipinha, ou pipazinha? E qual é a diferença entre uma frase do tipo declarativo e uma do tipo imperativo? Ou, ainda: numa acta devem usar-se parágrafos, ou não? Ficam aqui as quatro respostas, das doze que preenchem actualização do consultório deste dia.
2. O Livro do Desassossego, de Bernardo Soares/Fernando Pessoa (e o filme, de João Botelho), e o ensino da língua portuguesa nos EUA são os temas dos programas Língua de Todos de sexta-feira, 19 de Novembro (às 13h15* na RDP África; com repetição no dia seguinte, às 9h15*), e Páginas de Português de domingo, 21 de Novembro (às 17h00*, na Antena 2). Ambos os programas se encontram também disponíveis em podcast, na página da rádio e da televisão públicas portuguesas, na Internet.
* Hora oficial de Portugal continental.
1. «O português como nunca ninguém o viu» foi como os responsáveis do Observatório da Língua Portuguesa — com quem o Ciberdúvidas rubricou um protocolo de cooperação — apresentaram, em Lisboa, o seu novo espaço na Internet. Mais pormenores, aqui, no discurso proferido pelo respectivo presidente do conselho de administração, Eugénio Anacoreta Correia. E nestas declarações do presidente da assembleia-geral do OLP, Guilherme d’Oliveira Martins.
2. Ficam entretanto em linha doze novas respostas, na actualização deste dia do consultório do Ciberdúvidas.
1. Incentivar a leitura e o debate de ideias nas escolas do 3.º ciclo do ensino básico em Portugal é o objectivo da 7.ª edição do concurso Entre Palavras, um fórum em formato pedagógico, promovido pelo Jornal de Notícias, com o apoio do Plano Nacional de Leitura.
2. Sobre como as palavras demarcam grupos sociais, a rubrica O Nosso Idioma divulga um texto de Luís Campos e Cunha, professor universitário português. Sobre vocábulos eruditos, que definem um estilo, leia-se no Pelourinho o comentário de Paulo J. S. Barata ao uso de téssera pelo escritor e poeta Vasco Graça Moura.
3. Com o Acordo Ortográfico, os dias da semana e os meses do ano passam a escrever-se com letra minúscula, tal como já acontecia antes no português do Brasil. E como fazer com os nomes próprios? — esta é uma das 13 perguntas com resposta na actualização deste dia do consultório do Ciberdúvidas.
1. A Génese do Português de Moçambique, da autoria da linguista moçambicana Perpétua Gonçalves (ed. Imprensa Nacional/Casa da Moeda, Lisboa), encontra-se disponível no mercado livreiro português já a partir da última semana do presente mês de Novembro de 2010. A obra ficará à venda em Moçambique apenas em Fevereiro de 2011 e, posteriormente, prevê-se, no Brasil.
2. Chegou já entretanto às livrarias portuguesas a nova edição do Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora. Actualizada já segundo as novas regras do Acordo Ortográfico — mas mantendo paralelamente a grafia de 1945 —, esta nova edição envolve mais de 6000 africanismos, brasileirismos e asiaticismos. E regista, ainda, um sem-número de novos vocábulos entrados nos últimos tempos no léxico comum. Por exemplo: audiolivro, ebook, biocombustível, flexissegurança, parentalidade, pixelização, politólogo ou voluntarismo — para além de outras opções mais controversas, como são os casos dos anómalos “googlar” e “twittar”.
3. Na actualização do consultório do Ciberdúvidas deste dia, ficam em linha 11 novas respostas.
1. Num tempo em que a norma é conotada com conservadorismo, o Instituto Português da Qualidade, com o apoio do Ministério da Educação português, desafia, pelo terceiro ano consecutivo, os estudantes do 12.º ano de escolaridade, em Portugal, a elaborarem um trabalho criativo ou a produzirem uma sessão temática, subordinados ao tema da normalização, participando, deste modo, no Projecto Juventude — Saber com Normas, trabalhos estes que serão entregues nas respectivas Direcções Regionais da Educação. Este projecto, que pretende «sensibilizar os mais jovens para o significado e a importância da normalização no mundo», tem o cuidado de evidenciar, através da sua mascote — Normi — o letreiro «Norma Portuguesa». Portanto, apela ao uso da língua portuguesa respeitando os princípios orientadores do domínio do idioma pátrio.
2. Por se querer saber utilizar correctamente a língua, seguindo as normas, muitas dúvidas nos são apresentadas. Nas onze respostas deste dia, a sintaxe relacionada com a ocorrência dos verbos (verbo assistir e a regência do uso pronominal do verbo insinuar) e o léxico sobressaem, bem como a atestação de palavras (versatilização; trilogia e outras designações de grupos de obras de temática comum; carácter e caracter), a expressão adequada a partir de uma tradução («tirar partido de» ), a relação de sentido entre outras palavras (afocinhar e fossar; local, localização e localidade) e expressões («comunidade educativa» e «comunidade escolar»). Por sua vez, a divisão silábica continua a ser matéria de interesse de muitos falantes.
3. Ainda neste dia, pelas 13h15*, na RDP África, o programa Língua de Todos, com repetição no dia seguinte, às 9h15*, será dedicado ao rescaldo do que foi reflectido e proposto no recente encontro internacional realizado em Lisboa, sob a iniciativa da União Latina. Por sua vez, na emissão do Páginas de Português de domingo, 14 de Novembro (às 17h00*, na Antena 2, estará em foco a mais recente obra do cineasta português João Botelho, Filme do Desassossego, baseada no Livro do Desassossego, de Bernardo Soares, semi-heterónimo de Fernando Pessoa conhecido pelas abundantes considerações à volta da língua portuguesa. Falar-se-á, ainda, da disponibilização, via Internet, da Biblioteca Pessoal de Fernando Pessoa, a excelente iniciativa da Casa Fernando Pessoa, com o apoio mecenático da Fundação Vodafone. Ambos os programas se encontram também disponíveis em podcast, na página da rádio e da televisão públicas portuguesas, na Internet.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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