1. Será que já não bastam as 26 letras do alfabeto da nossa língua (incluindo o k, o w e o y, previstas na Base I do Acordo Ortográfico de 90) para a escolha do nome de uma empresa, em Portugal? Para que servirá o alfabeto português, se frequentemente se preferem nomes de duvidosa configuração inglesa? A perplexidade e o incómodo perante vários casos embaraçosos de desvio às normas do português registados no anúncio de uma empresa (publicado no semanário Expresso) assinalam-se neste texto de Paulo J. S. Barata, na rubrica Pelourinho.
2. Ficam entretanto em linha 10 novas respostas da presente actualização do consultório do Ciberdúvidas, respeitantes aos domínios do léxico, da semântica, da sintaxe e da morfologia. E reveladoras da luta pelo conhecimento das mais variadas particularidades da língua portuguesa.
1. A Rede de Bibliotecas Escolares, em parceria com o Portal das Escolas, do Ministério de Educação português, aposta numa nova iniciativa, o Programa Ler, é para já!, dirigida a jovens e a adultos interessados em ingressar no mercado de trabalho com qualificação profissional. O desafio reside no desenvolvimento de competências a nível da comunicação («melhorar os níveis de literacia e consolidar as aprendizagens necessárias à qualificação profissional»), para o ano lectivo de 2010/2011, através da disponibilização de novos títulos (O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry, O Gigante Egoísta, de Oscar Wilde, e Para a Minha Irmã, de Jodi Picoult) e de actividades aliciantes e enriquecedoras.
2. Uma outra proposta direccionada para os livros, a leitura, o prazer da biblioteca: Vamos Fazer Uma Viagem Fantástica pela Biblioteca!, até 11 de Junho de 2011. A Câmara Municipal de Lisboa, através da sua Agenda Cultural, convida os alunos da educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico a visitarem e a explorarem os vários sectores de algumas bibliotecas da capital portuguesa: a Biblioteca de Belém, a Biblioteca Camões, a Biblioteca do Palácio Galveias, a Biblioteca David Mourão-Ferreira, a Biblioteca Maria Keil, a Biblioteca Natália Correia, a Biblioteca dos Olivais, a Biblioteca Orlando Ribeiro e a Biblioteca da Penha de França.
3. Ficam entretanto em linha novas respostas na actualização deste dia do consultório do Ciberdúvidas, relacionadas com o léxico («serviços médicos»), com a semântica (o significado de «fechar-se em copas»), com a sintaxe (a preposição por com valor causal e explicativo), com a morfologia (o plural de Unimed; as formas verbais vires e veres) e com os recursos estilísticos.
4. Devido ao feriado de 1 de Dezembro, que assinala em Portugal a Restauração da Independência em 1640, a próxima actualização será feita na quinta-feira, 2 de Dezembro.
1. O recrudescimento (isto é, o aumento ou a intensificação) dos disparates linguísticos na imprensa portuguesa é consequência de como tem sido descurado o papel de revisores e copidesques. No Pelourinho, José Mário Costa assinala um erro que é uma pérola de confusão semântica: emprega-se incorrectamente o verbo recrudescer no sentido de «diminuir», quando afinal se trata de um sinónimo de aumentar. Na verdade, a palavra provém do latim recrudescĕre, «fazer-se mais violento, irritar-se», cuja raiz, cru(d)-, é a mesma de cruel, nada tendo que ver com descer (ver Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa).
2. Na actualização deste dia, salientam-se as questões relacionadas com a ortografia, o léxico, a morfologia e a sintaxe. A etimologia e os fenómenos de variação e mudança linguísticas são temas igualmente abordados.
A história de um homem que se apaixona por uma mulher e que, para a seduzir, lhe dá palavras inventadas. Está esboçada a estória da língua portuguesa em Milagrário Pessoal, o livro que serve de pano de fundo à entrevista de José Eduardo Agualusa a um canal de televisão brasileiro. Uma entrevista que é, em certo momento, uma poética da escrita ficcional.
1. A língua portuguesa será objecto de análise durante dois dias (26 e 27 de Novembro), no II Congresso da Língua Portuguesa, promovido pelo Instituto Piaget, que decorrerá no Campus Universitário de Almada (Portugal). Com a presença de um leque variado de participantes de diversos países da lusofonia (secretário executivo da CPLP, escritores, jornalistas, produtores, investigadores e professores), temas como «O português como língua de identidade e criação», «como língua de ciência» e «no contexto dos grandes espaços linguísticos e económicos», «Diversidade e universalismo da língua portuguesa», «Difusão do português nos media e no ciberespaço», «O património cultural da língua portuguesa», «O ensino do português» sobressaem pela actualidade e pela pluralidade dos universos da língua.
2. O programa Língua de Todos de sexta-feira, 26 de Novembro (às 13h15* na RDP África, com repetição no dia seguinte, às 9h15*), será dedicado a dois temas: os 75 anos da morte de Fernando Pessoa, assinalados com uma conversa com Myrna Queiroz, directora e impulsionadora da Revista Pessoa, que acaba de ser lançada na Bienal de São Paulo; em entrevista com o autor e o presidente da Associação de Professores de Português, em Portugal, Paulo Feytor Pinto, o livro recentemente editado em Portugal O Essencial sobre Política da Língua. Na emissão do Páginas de Português de domingo, 28 de Novembro (às 17h00*, na Antena 2): o renovado espaço na Internet do Observatório da Língua Portuguesa esmiuçado por um dos seus responsáveis, o embaixador Eugénio Anacoreta Correia; análise sobre a questão: deve dizer-se «redonda mentira» ou «rotunda mentira»? Ainda neste programa, será apresentada a carta premiada do mês, na rubrica «Uma Carta É Uma Alegria da Terra», em colaboração com os CTT, Correios de Portugal. Ambos os programas se encontram também disponíveis em podcast, na página da rádio e da televisão públicas portuguesas, na Internet.
3. Ficam entretanto 10 novas respostas na actualização deste dia do consultório do Ciberdúvidas.
1. A propósito da greve geral que ocorre neste dia em Portugal, a situação laboral de parte significativa da população que trabalha por conta de outrem leva à repetição de um erro muito comum no discurso jornalístico-sindical: "precaridade", em vez de precariedade. Recordamos por isso aqui e aqui alguns esclarecimentos anteriores.
2. Na Antologia, divulga-se um texto do escritor brasileiro Coelho Neto (1864-1934), cultor do vocábulo raro e acintoso, de cepa camiliana, como ilustra a seguinte frase acusatória: «A língua está a pique de perder-se, degenerando em garabulha [= "trapalhada"] por arte de franchinotes [= "indivíduos afectados"].»
3. Sintaxe, semântica lexical e estilística são as áreas linguísticas abordadas na nova actualização do consultório do Ciberdúvidas.
Não há dúvida de que tudo o que corresponda a mudança inquieta mesmo os mais ousados. Prova disso têm sido as dúvidas que nos têm sido apresentadas sobre as novidades que o Acordo Ortográfico de 1990 propõe aos povos lusófonos como processo de actualização da grafia. As implicações da dupla grafia ou a valorização do que está consagrado pelo uso têm-se revelado como campo fértil de diálogo, de controvérsia, de estudo, de investigação, de reflexão sobre a língua.
É assim que duas das sete novas respostas em linha se debruçam sobre o novo acordo ortográfico (dupla grafia e hifenização). A presença de recursos estilísticos num texto jocoso, o significado de um provérbio, a expressão representativa de um gesto, a função dos marcadores discursivos e o valor da preposição por como conector são igualmente tema deste dia no consultório do Ciberdúvidas.
1. Um pouco ao contrário do que acontece no Brasil, em Portugal alguns falantes andam a generalizar indevidamente a ênclise, isto é, a colocação do pronome depois da forma verbal flexionada. Esta tendência já chegou aos canais da televisão por cabo, como mostra Maria João Matos, que, no Pelourinho, critica um caso chocante de ênclise em orações cujo sujeito é o pronome indefinido alguém.
2. Entre os tópicos abordados nas oito respostas da nova actualização do consultório do Ciberdúvidas, saliente-se uma outra tendência do português europeu que, desta vez, a norma relega para a linguagem familiar: o uso do pretérito perfeito composto do indicativo em orações condicionais hipotéticas («se eu não tenho travado...» em vez de «se eu não tivesse travado...»).
3. Num momento em que o desaparecimento de muitas línguas minoritárias está ou parece iminente, vale a pena consultar a rubrica Antologia e reflectir sobre as palavras de confiança escritas há mais de cem anos pelo poeta brasileiro Raimundo Correia (1859-1911): «E basta às vezes pensar na vastidão do território onde ela [a língua portuguesa] é entendida [...], para se dissipar em nós esse vago receio de que venha a desaparecer algum dia da face do globo [...].»
1. North Atlantic Treaty Organization, NATO/Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN. A propósito da actualidade destes dias, em Lisboa, aqui se recordam as razões e as contra-razões de a sigla anglófona NATO se ter sobreposto nos últimos tempos ao que foi sempre tradicionalmente usado — e recomendado — nos media portugueses (nos media portugueses, mas não nos media brasileiros, nem nos media angolanos, nem nos media espanhóis, nem nos media belgas ou nos media franceses, onde se opta, sempre, pela sigla OTAN, correspondente à devida tradução do inglês).
2. O Livro do Desassossego, de Bernardo Soares/Fernando Pessoa (e o filme de João Botelho), e o ensino da língua portuguesa nos EUA são os temas dos programas Língua de Todos (sexta-feira, 19 de Novembro, 13h15* na RDP África, com repetição no dia seguinte, às 9h15*), e Páginas de Português (domingo, 21 de Novembro, 17h00*, na Antena 2). Ambos os programas se encontram também disponíveis em podcast, na página da rádio e da televisão públicas portuguesas, na Internet.
3. Ficam entretanto 15 novas respostas na actualização deste dia do consultório do Ciberdúvidas.
* Hora oficial de Portugal continental.
1. Qual o significado da expressão «o último dos moicanos»? Pipinha, ou pipazinha? E qual é a diferença entre uma frase do tipo declarativo e uma do tipo imperativo? Ou, ainda: numa acta devem usar-se parágrafos, ou não? Ficam aqui as quatro respostas, das doze que preenchem actualização do consultório deste dia.
2. O Livro do Desassossego, de Bernardo Soares/Fernando Pessoa (e o filme, de João Botelho), e o ensino da língua portuguesa nos EUA são os temas dos programas Língua de Todos de sexta-feira, 19 de Novembro (às 13h15* na RDP África; com repetição no dia seguinte, às 9h15*), e Páginas de Português de domingo, 21 de Novembro (às 17h00*, na Antena 2). Ambos os programas se encontram também disponíveis em podcast, na página da rádio e da televisão públicas portuguesas, na Internet.
* Hora oficial de Portugal continental.
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