O programa Língua de Todos de sexta-feira, 14 de outubro [às 13h15, na RDP África (com repetição no dia seguinte, às 09h15*)] entrevista Alexandre Caldas, professor da Universidade Lusófona, que defende uma estratégia de educação em ciência comum aos oito países de língua oficial portuguesa (CPLP).
O domínio do léxico tem sido uma preocupação evidente nas dúvidas que nos são apresentadas. Muitas das palavras em questão pertencem ao léxico de outros países de língua oficial portuguesa, razão pela qual podem causar estranheza a quem as lê (e as pronuncia), como é o caso de papironga e sesgo. Um outro caso gerador de questões: o valor das palavras num país diferente do do consulente.
Estas são duas das quatro novas respostas colocadas em linha na atualização do consultório do Ciberdúvidas deste dia.
Decorrerá de 13 a 15 de outubro, em Évora, o Workshop de Desenvolvimento Multilateral: eTwinning em Português. O eTwinning é uma ação do programa Life Long Learning da União Europeia. Tem como objetivo principal criar redes de trabalho colaborativo entre as escolas europeias, através do desenvolvimento de projetos comuns, com recurso à Internet e às tecnologias de informação e comunicação.
De entre as várias sessões de trabalho destacamos as que versarão sobre o novo serviço de educação e formação Ciberescola da Língua Portuguesa, coordenado por Ana Martins e José Manuel Matias, propriedade do Ciberdúvidas, Conteúdos Multimédia, Lda.
Assinalam-se neste ano os 750 anos do nascimento do rei D. Dinis e o facto de ter sido sob as suas ordens que o galaico-português se tornou língua oficial.
A data passou despercebida: em 12 de setembro de 1911 publicava-se no Diário Oficial de Portugal a primeira reforma ortográfica da língua portuguesa.*
* Cf. Formulário Ortográfico de 1911 + O texto da reforma de 1911 e do acordo de 1931 + A ortografia antes de 1911 + O caos gráfico + 100 anos «às turras com o Acordo Ortográfico» + O Brasil e a Reforma Ortográfica de 1911 + Reformas e acordos ortográficos em Portugal + A história dos acordos (e desacordos) ortográficos
«Aos 37 anos, sou um daqueles velhinhos que teimam em escrever "pharmácia" porque no tempo deles era assim. (...) Eu sou do tempo em que se escrevia "recepção". Não adianta fingir que sou do tempo em que se escreve "receção" para nos aproximarmos dos brasileiros — que, curiosamente, vão continuar a escrever "recepção".»
Assim começa a crónica de Ricardo Araújo Pereira, na revista Visão, para prosseguir em sinuosa reflexão sobre mudanças operadas na e pela língua.
A língua portuguesa é a convidada de honra da 56.ª edição da Feira do Livro de Belgrado, a decorrer entre 23 e 30 de outubro. É a primeira vez, neste evento, que se destaca não um país, ou a sua literatura, mas a língua e as literaturas de uma comunidade de falantes. Esta novidade deveu-se à ação concertada das embaixadas de Portugal, Brasil e Angola junto dos responsáveis sérvios.
A Priberam acaba de lançar o guia Nova Ortografia – Modo de Usar, com o propósito de melhor esclarecer, de modo direto e claro, o que muda na escrita do português europeu e como se aplica o Acordo Ortográfico. O guia pode ser descarregado aqui.
1. A garantia foi dada pelo diretor executivo do Instituto Internacional da Língua (IILP), Gilvan Müller de Oliveira, em declarações ao semanário Sol: Portugal e Brasil vão dispor de um vocabulário ortográfico comum aos dois países, em julho de 2012. «Vai ser um momento histórico», acentua o linguista brasileiro, lembrando que «desde 1911 [ano da primeira reforma da escrita do português], altura em que houve uma rutura linguística, (…) Portugal e Brasil não partilhavam de um vocabulário». Gilvan Müller de Oliveira falava à margem do encontro realizado na Cidade da Praia de lexicógrafos dos países da CPLP. Aí se «definiram um método de trabalho e um cronograma» que assinala, ainda, o propósito de Timor e de os países africanos de língua portuguesa iniciarem a construção dos seus próprios vocabulários.
2. Se tuitar está a entrar no linguajar dos cibernautas, é possível que facebookar entre também, sobretudo se esse movimento for propulsionado pelos media. É esta a chamada de atenção que Paulo J. Barata nos traz para reflexão desta vez. A começar pelo (melhor) aportuguesamento do neologismo.
3. Há dois tipos de perguntas no consultório que são verdadeiramente inesgotáveis: qual a origem de...? (como em Origem da expressão «ficar com um olho à Belenenses») e qual a palavra adequada para o conceito x? (como em Designação do local de venda de rifas) E são inesgotáveis porque se aplica aqui uma das versões do cogito, ergo sum: falo, logo penso.
4. Faleceu em Lisboa o jornalista brasileiro Duda Guennes (1937-2011). Eduardo Guennes Tavares de Lima, de seu nome completo, era natural do Recife, estado do Pernambuco. Chegado a Lisboa, logo a seguir ao 25 de Abril de 1974, aqui se fixou desde então, trabalhando para várias publicações portuguesas. Era colaborador do Jorrnal do Commercio, de Pernambuco, e, ainda no Brasil, do semanário humorístico O Pasquim. Assinava no jornal desportivo A Bola a crónica mais antiga na imprensa portuguesa, Meu Brasil Brasileiro. Amigo da língua portuguesa – que cultivou com esmero e um humor sibilino para quantos a maltratavam em escritos menos cuidados –, o Ciberdúvidas fica-lhe tributário de uma longa e sempre solícita colaboração. Por exemplo, com esta deliciosa crónica, Falar difícil.
Lexicógrafos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) encontram-se reunidos em Cabo Verde para definir a metodologia destinada a fundir os dois vocabulários, que já existem em Portugal e no Brasil, num só, partindo de uma base informática comum e usando critérios uniformes de incorporação das palavras.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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