Uma equipa de linguistas suecos e americanos, da área da linguística computacional, aplicou técnicas de tradução automática para decifrar um dos códigos mais difíceis, o do Copiale Cipher, um manuscrito de 105 páginas, que parece datar do final do século XVIII. O volume contém 75 mil caracteres, numa desconcertante mistura de símbolos misteriosos e letras romanas.
No dia 17 de novembro, terá lugar o seminário Ciberescola da Língua Portuguesa: autonomia e complementaridade no ensino-aprendizagem de PLE com transmissão síncrona na Internet. O seminário está integrado na nova série de webinars da Equipa de Recursos e Tecnologias Educativas da DGIDC e será dirigido por Ana Martins, cocoordenadora do projeto Ciberescola da Língua Portuguesa. As gravações de todos os webinars estão disponíveis aqui.
Decorrerá, entre 10 e 12 de julho de 2012, no King’s College London, Londres, Reino Unido, a 4.ª Conferência de Linguística Cognitiva. Está aberto o prazo para submissão de resumos.
A linguística cognitiva é uma área da linguística que considera a língua natural como uma enformação de conceitos e espaços mentais e a faculdade da linguagem como inseparável das restantes funções da cognição.
Já aqui temos dado merecido destaque ao trabalho do linguista Sírio Possenti, professor na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na divulgação da linguística descritiva. Não poderemos agora deixar de assinalar a estreia da sua nova rubrica, Palavreado, no Ciência Hoje. O tom está dado nesta nota informativa: «A verdade, resumida a regras que caracterizam "erros" e "acertos", residiria numa gramática que, a rigor, ninguém leu.»
Destacamos neste dia a breve reportagem, no Ciência Hoje, sobre Isabel Trancoso, investigadora do INESC-ID, com trabalho de relevo no âmbito da produção de ferramentas e recursos sobre língua portuguesa (síntese, reconhecimento de fala e tradução): «Todas as tecnologias da língua podem ser utilizadas para desenvolvermos métodos de ensino completamente diferentes dos habituais. (...) Temos de fazer programas para os incentivar, jogos, e todas as tecnologias da língua podem ser utilizadas para tornar mais apelativo o processo de aprendizagem», alerta a investigadora.
A equipa da Universidade Fernando Pessoa-Universidade Virtual, liderada pelo prof. dr. Pedro Reis, colaborou com o Ciberdúvidas na criação e no desenvolvimento de conteúdos educativos digitais sobre língua portuguesa para a plataforma Ciberescola da Língua Portuguesa. A participação de instituições de ensino superior no desenvolvimento deste novo projeto do Ciberdúvidas é de valor inestimável, dado que a qualidade dos serviços aqui prestados depende diretamente da competência e do valor académico das pessoas que nele participam.
Cf.: Fernando Pessoa: 10 das melhores frases do génio
1. O Ciberdúvidas da Língua Portuguesa coloca em linha, desde esta data, dois novos espaços na Internet de apoio ao ensino e à aprendizagem do português para alunos do ensino secundário e para estrangeiros: a Ciberescola da Língua Portuguesa e os Cibercursos da Língua Portuguesa.
A Ciberescola da Língua Portuguesa tem duas vertentes, a componente de língua materna e a componente de língua não materna/estrangeira. Os alunos nativos integrados no sistema de ensino português (do 5.º ao 12.º ano) ou os aprendentes de português língua estrangeira (do nível A1 ao C2), em Portugal ou em qualquer parte do mundo, podem realizar autonomamente, mas também em sala de aula, os exercícios interativos propostos (cerca de 1000 no total, até ao momento). Sendo interativos, os exercícios dão acesso automático aos resultados: deteção das respostas certas e erradas, pontuação, soluções e registo de pontuações. Os exercícios de português língua materna respeitam os programas de português em vigor em Portugal, e os exercícios de português língua não materna observam os descritores constantes no Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas.
Em Cibercursos da Língua Portuguesa disponibilizam-se recursos didáticos para professores e cursos em linha de Português Língua Estrangeira. Especialmente dirigidos para públicos anglo-saxónicos, contam com o patrocínio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).
Todos os exercícios são originais, produzidos e geridos por professores e investigadores em linguística, literatura e ensino de língua. São visadas, equilibradamente, as competências da gramática, leitura, escrita, oralidade e vocabulário. Nesta medida, a plataforma constitui-se como um projeto inovador no universo de oferta de ensino do português via Internet.
Ambas as plataformas, inovadoras no universo de oferta de ensino do português via Internet, dispensam a instalação de qualquer software adicional para o seu acesso, gratuito e universal. Outras referências aqui, aqui e aqui.
2. Ficam entretanto em linha sete novas respostas e o registo desta crónica do jornalista Ferreira Fernandes sobre a «pública ignorância» de quem, nos media portugueses, ainda escorrega no billion americano (A comitiva em forma de exagero, Diário de Notícias, de 28/10/2011).
Por vezes, o falante comum usa termos em inglês simplesmente porque não existe forma traduzida consagrada: repare-se, a expressão underreaction cabe na tradução «reagir passivamente»?
Já trouxemos aqui, para breve reflexão, a ponderação sobre o que se perde quando se abdica do ensino oficial continuado de mais do que uma língua estrangeira. Trazemos agora um exemplo: Mikhail Gorbachev participou recentemente numa entrevista pública, no Auditório Lyndon B. Johnson, no Texas, com recurso a intérprete. Se o tivesse feito em inglês, não era a mesma coisa, era melhor. Não se trata de minorar o prestígio do locutor, prestigiado universalmente; é antes uma questão de comunicação, mesmo: «Apesar de, de uma maneira geral, a mensagem e as ideias terem sido transmitidas à audiência, alguns pormenores foram inevitavelmente deixados de fora ou distorcidos. Quando um discurso é traduzido, há muita coisa que se perde na tradução e que passa despercebida» (tradução livre do artigo Second language undervalued as professional asset).
O que significa "bestagem", "oxente" ou "ficar de butuca"? Neste artigo, estas e outras expressões são dadas como propriedades lexicais do falar da região da Baía. O objetivo central do artigo é alertar para a necessidade do recurso ao registo formal em situação de entrevista a candidatos a um emprego. Porém, o mais interessante é aquilo que o artigo pressupõe: a existência de uma panorâmica sociolinguística do português rural e popular falado nos vários estados do Brasil.
Deixamos aqui um breve apanhado de alguns estudos de relevo nesta área:
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações