Merece pleno destaque, nesta atualização, a crónica do jornalista brasileiro Romildo Guerrante sobre os efémeros chavões, bengalas, tiques de linguagem, modismos e solecismos nas páginas dos jornais. Não é uma simples avaliação de sensibilidade e bom gosto, mas um aviso de que assim se faz definhar o poder expressivo do discurso: «Tudo agora é “por conta de”, que significa apenas a responsabilidade pelas despesas num bar. Mas ficou assim: o trânsito tá ruim? É por conta de um acidente. O hospital fechou? Foi por conta da falta de verbas. Nada é devido a, nada é por causa de, nada decorre de nada, nada é função de algo.»
E vamos a um supor de que num texto de imprensa damos de caras com metrossexual ou retrossexual: conseguimos adivinhar que o pseudoprefixo metro- está por urbano e que retro- estará por «retorno a uma velha moda» — mas porquê sexual?
É caso para dizer Ele há com cada uma!... ou, numa versão mais retro, Ele há coisas!