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Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

«A faculdade que tem um povo de criar uma forma verbal aos seus sentimentos e pensamentos é que melhor revela o seu poder de carácter [...]. Se a nossa alma, em seu trabalho de exteriorização verbal, se condensou em formas de som articulado, em palavras gráfica e sonicamente originais, também nas obras dos nossos escritores e artistas autênticos se nota uma instintiva compreensão da vida, em perfeito acordo com o génio da língua portuguesa.» A frase tem a assinatura do poeta e filósofo português, defensor do Saudosismo, Teixeira de Pascoaes, um dos acérrimos opositores à reforma ortográfica de 1911, num texto publicado em O Nosso Idioma.

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A Ciberescola da Língua Portuguesa, na secção Cibercursos, dará início, no próximo dia 2 de abril, ao seu primeiro curso em linha — curso de conversação para falantes não nativos do português, com duração de três meses. O curso integra atividades desenvolvidas originalmente pelo Laboratório de Sistemas de Língua Falada do INESC-ID, para além das sessões síncronas. Muito em breve, toda a informação será disponibilizada na página dos Cibercursos, na área Cursos PLE.

A lecionação dos cursos em linha da Ciberescola e a plataforma informática correspondente foram integralmente patrocinadas pela FLAD — Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.

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Qual o aumentativo de escuridão? Não há processos morfológicos, mas há uma comparação emblemática que cumpre bem a função: «escuro como breu.»

Na análise das relações temporais entre eventos numa frase, qual a diferença entre ponto de perspectiva temporal e ponto de referência temporal?

Estes são apenas alguns pontos de reflexão propostos na atualização deste dia.

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É comum recebermos perguntas relativas à identificação de classes de palavras. E é natural que, neste âmbito, a distinção entre particípio e adjetivo seja uma das perguntas recorrentes. No entanto, mais importante do que acoplar uma etiqueta classificativa a uma palavra é perceber o alcance dessa classificação na interpretação do sintagma, da frase e da sequência discursiva de que a palavra faz parte.

Nesta medida, vale a pena referir o trabalho do linguista espanhol Ignacio Bosque no tratamento sintático-semântico do particípio e do adjetivo :

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Tomara que a tristeza lhe convença
Que a saudade não compensa
E a ausência não dá paz...

cantava Vinicius de Morais:

Na atualização deste dia, está de novo em destaque o uso particular do clítico lhe em alguns registos do português do Brasil:

Os falantes brasileiros e o pronome lhe

Novamente o lheísmo do português do Brasil

O uso de lhe como complemento direto

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A narrativa é a tipologia de texto mais praticada e estudada ao longo de séculos. As histórias são tão antigas como o Homem.

A razão disso está na ligação temporal-causal que o discurso narrativo faz entre eventos, na estruturação unificada por laços de pertinência e causalidade, na composição harmoniosa de elementos heterogéneos, permitindo aproximar o indivíduo de uma inteligibilidade da realidade circundante.

Na atualização deste dia, reflete-se sobre a diferença entre duas técnicas da arte narrativa: a elipse e a prolepse.

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Um dos temas privilegiados do Consultório tem sido a etimologia onomástica (da antroponímia — os nomes próprios, dos apelidos e nomes de família; da toponímia — da península, da cidade, da vila, da aldeia e de outros locais de referência, assim como a das ruas), índice revelador da necessidade dos falantes de conhecerem melhor o seu espaço de pertença, recorrendo à língua, a pátria comum a um universo alargado a todos quantos a sentem como sua.

Tal como qualquer falante comum, num texto publicado em O Nosso Idioma, José Saramago verbaliza essa sede de regresso às origens de Lisboa, como forma de aceder a um passado que se mantém na bruma. Como se chegou da Olisippo pré-romana e romana à atual grafia da capital do país que gerou e espalhou a língua portuguesa?

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Onde reside a necessidade de os profissionais da língua conhecerem os termos (e noções) constantes no Dicionário Terminológico? Para os professores de português em Portugal, a resposta parece óbvia: porque assim deve ser por força da entrada em vigor dos novos programas (que integram a nova terminologia). Mas há uma razão que subjaz a essa: é que, conhecendo os novos termos, o professor (ou jornalista, ou tradutor, ou editor, etc.) tem posterior acesso a bibliografia atualizada — gramáticas atualizadas, publicações de especialidade e artigos científicos.

Também por isso era útil a tradução de todos os termos linguísticos para inglês e francês, tal como constava na proscrita TLEBS, a antecessora do Dicionário Terminológico.

Veja-se que só pela consulta da atualização de hoje, por exemplo, o consulente encontra as noções de conversão e de advérbio relativo.

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Corregedor:
No entendo esta barcagem
nem hoc non potest esse
Diabo:
Se ora vos parecesse
Que não sei mais que lingoagem

Auto da Barca do Inferno, Gil Vicente

Uma coisa é a designação dada pelos estudos filológicos à língua escrita durante a Idade Média no Norte de Portugal e na Galiza; outra coisa é o termo (ou termos) vigente na época para designar a língua — oral ou escrita — dessa(s) comunidade(s). É esta a reflexão que nos traz a resposta Galego-português e galego medieval.