Nos dias 1 e 2 de fevereiro, realiza-se, na Universidade do Algarve (UAlg), uma reunião das universidades participantes no projeto Modularização de Competências Académicas Multilingues e Multiculturais (Modularising Multilingual and Multicultural Academic Communication Competence – MAGICC). Trata-se de um projeto financiado pela Direção-Geral da Educação e Cultura da União Europeia, que agrega nove universidades e que tem como membro associado o Centro Europeu para as Línguas Modernas, instituição do Conselho da Europa.
Assinalando o seu 16.º aniversário, o Ciberdúvidas apresenta-se desde esta data com uma imagem renovada. E, também, numa outra plataforma – que, assim o cremos, permitirá uma melhoria substancial na sua funcionalidade, assim como no acesso e na pesquisa dos cerca já de 35 mil textos das mais diversas áreas à volta da língua portuguesa. Outro propósito: a possibilidade de podermos recorrer a receitas publicitárias, de forma a minorarmos as conhecidas dificuldades inerentes a um projeto desta natureza, gratuito e sem fins lucrativos.
Iniciado há quase dois anos, este processo de modernização do Ciberdúvidas, infelizmente, ficou ainda aquém da sua operacionalidade ideal. Por exemplo, na transferência da sua complexa base de dados, perderam-se muitas hiperligações, houve registos que ficaram alterados – é o caso de algumas datas – e certos textos não puderam ainda ficar disponíveis. Sê-lo-ão na medida das nossas possibilidades, mas, também, com a colaboração de quantos consultem o Ciberdúvidas, por esse mundo fora, e nos façam chegar a imediata informação de eventuais erros detetados. Muito simplesmente: acionando, se for caso disso, a hiperligação colocada no final de cada página visionada. A todos, o nosso agradecimento antecipado.
Conforme já fora anunciado, o Ciberdúvidas passa a estar finalmente disponível numa nova plataforma, com imagem renovada, a partir de 23 de janeiro. Na fase inicial desta mudança, pedimos a compreensão dos nossos consulentes para eventuais dificuldades na consulta e na pesquisa das muitas respostas e artigos que constituem o nosso arquivo.
Entre defensores e detratores da nova ortografia, muitas vezes se fala da unidade ortográfica que o Acordo Ortográfico (AO) traz ou não traz. Não obstante, convém recordar que a nem sempre consultada Nota Explicativa (Anexo II, secção 2) do texto publicado em Portugal em 1991 encara não uma unificação absoluta, mas, sim, uma «versão menos forte» de textos normativos anteriores, «uma versão de unificação ortográfica que fixe e delimite as diferenças actualmente existentes e previna contra a desagregação ortográfica da língua portuguesa». No essencial, para que a língua portuguesa deixasse de ter duas ortografias oficiais, como acontecia até à aprovação da atual reforma pelos oito países da CPLP, mas apenas um corpo de normas ortográficas, capaz de abarcar as variações nacionais inevitáveis em todas as línguas transcontinentais.
Justamente a propósito das finalidades da nova ortografia, as Controvérsias voltam a assinalar mais uma posição neste debate aceso: em texto originalmente publicado no jornal Público e com o título "A falsa unidade ortográfica", Maria Regina Rocha, consultora do Ciberdúvidas e do programa televisivo Cuidado com a Língua!, contesta que o AO consiga uma união ortográfica efetiva. Releve-se ainda, na mesma rubrica e em nota aposta neste dia ao texto em apreço, um breve balanço do estatuto da aplicação do AO em Portugal, em especial na comunicação social e em organismos do Estado.
No 2.º programa da nova série do magazine Cuidado com a Língua! (8.ª), emitido na RTP 1, no dia 21 de janeiro, pelas 22h30,* fala-se do azulejo e da azulejaria portuguesa, tendo como convidada a atriz Adelaide de Sousa. São comentadas palavras como azulejo, azulejar, azulejador, azulejista, numa extensa lista de termos que nos chegaram do árabe. E, ainda, se discute a diferença do uso de muitas destas palavras em Portugal e no Brasil. Ou os vários significados do termo padrão. Cenário: o esplendoroso Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa.
*Na RTP 1, repetição aos domingos, às 11h00 (hora de Portugal continental). Também, na RTP Internacional e na RTP Internacional Ásia, aos sábados, às 19h45, na RTP África, aos domingos, às 11h00, na RTP Internacional América às sextas, às 4h45, na RTP Mobile, às segundas, às 22h30 (hora de Portugal continental).
No dia 31 de janeiro, terá lugar a II Conferência Internacional sobre a Língua Portuguesa no Sistema Mundial, um evento organizado pelo Observatório da Língua Portuguesa e integrado, igualmente, pela Academia das Ciências de Lisboa. O objetivo da conferência, em que participa também o Ciberdúvidas, é sensibilizar e mobilizar a sociedade civil para o papel que lhe cabe na promoção, difusão e projeção da língua portuguesa.
Propõe-se evidenciar o sentir da sociedade civil acerca do ensino, da presença nas organizações internacionais e da difusão pública da língua portuguesa, tanto na perspetiva de balanço da implementação já alcançada do Plano de Ação de Brasília, como de enunciação de novas e relevantes medidas para o futuro.
Não é fácil a convivência linguística no seio da União Europeia (UE), onde são reconhecidas 23 línguas, todas com literaturas interessantíssimas, muitas com histórias imperiais e projeção mundial. Geralmente, usam-se o inglês, o alemão e o francês como línguas processuais, mas há quem conteste esta situação. Assim se explica que um advogado espanhol tenha apresentado queixa ao provedor de Justiça europeu pelo facto de a Comissão Europeia ter publicitado uma consulta pública apenas em inglês. O provedor de Justiça abriu um inquérito, não só sobre a questão da falta de disponibilidade dos elementos relativos à consulta referida pelo queixoso noutras línguas que não o inglês, mas também sobre a questão geral da política linguística da Comissão nos processos de consulta pública. Que reação teria uma queixa em relação ao uso da língua portuguesa na UE?
«A língua é como um rio: sem margens, desaparece. O risco começa no seu abastardamento», escreveu João Carreira Bom, na Abertura-apresentação do Ciberdúvidas, há precisamente 16 anos. Nesse tempo, não havia nada na Internet (e não só) que fosse o que o Ciberdúvidas passou a ser: um espaço de esclarecimento de quantos, por esse mundo fora, querem saber algo mais desta língua comum a oito povos, mas, também, de informação, reflexão e debate sobre tudo o que respeita à língua portuguesa.
16 anos decorridos não isentos, antes pelo contrário, de mil e uma dificuldades na manutenção deste projeto sem fins lucrativos, que presta um serviço público único no género em todo o espaço da lusofonia. Neste dia, permita-se-nos por isso mesmo um renovado agradecimento às entidades apoiantes do Ciberdúvidas — Fundação Vodafone Portugal, Universidade Lusófona, Ministério da Educação e da Ciência e o anterior secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas —, bem como ao grupo de amigos que responderam, pronta e generosamente, ao apelo “SOS Ciberdúvidas”.
Por razões técnicas de vária ordem não foi possível fazer coincidir nesta data a passagem do Ciberdúvidas para uma outra plataforma digital, além de um renovado grafismo. Contamos concretizar estas melhorias ainda neste mês de janeiro, permitindo outras funcionalidades — caso particular de o Ciberdúvidas passar a estar disponível também nos smartphones e tablets, através de um conjunto de aplicações desenvolvidas pela empresa NoShape e financiadas pela Fundação Vodafone. E permitirá ainda, assim o cremos, uma pesquisa mais facilitada aos cerca de 45 mil textos de todas as áreas da língua portuguesa, que integram, já, o precioso arquivo do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.
O consultório retoma a sua atividade regular, respondendo a questões sobre as normas e os usos do português que se fala pelo mundo: doador é melhor que dador? É incorreto o emprego de certo no final de uma frase interrogativa? E quem sabe o que significa «trocar em cem-cem» no português de Angola? No Pelourinho, Paulo J. S. Barata junta mais uma forma à lista de falsos amigos do espanhol, num comentário à confusão do espanhol bufete com o português bufete.
No Facebook, entre estes e outros conteúdos, disponibiliza-se uma série de apontamentos linguísticos em registo áudio, como é o caso de uma resposta sobre o nome da letra w.
Cuidado com a Língua! volta a ser emitido na televisão pública portuguesa, a partir de segunda-feira, dia 14, agora na sua 8.ª série. Primeiro na RTP 1*, às 22h18, com repetição aos domingos2 e, também, na RTP Internacional e na RTP África. Com apresentação, como sempre, do ator Diogo Infante e com a locução da jornalista Maria Flor Pedroso e com um grafismo diferente e novas rubricas.
A barba e algumas das expressões e curiosidades a ela associadas são o tema do primeiro programa desta 8.ª série. Por exemplo, qual a diferença entre «barba à moda de D. Miguel» e «barba à moda de D. Pedro IV»? E entre “suíças”, “presuntos” e “matação”? E porque é que se diz que «os homens de barba ruiva não são de confiança»? Quanto aos habituais tropeções: «Sou um dos que ainda gosta de fazer a barba», ou «sou um dos que ainda gostam de fazer a barba»?
* Na RTP 1, às 22h18, com repetição aos domingos, às 11h00 (hora de Portugal continental). Também, na RTP Internacional e na RTP Internacional Ásia, aos sábados, às 19h45, na RTP África, aos domingos, às 11h00, na RTP Internacional América às sextas, às 4h45, na RTP Mobile, às segundas, às 22h30(hora de Portugal continental).
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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