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Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

Como referido já anteriormente, o Ciberdúvidas encontra-se de férias até ao dia 1 de setembro – continuando no entanto com todo o seu vasto e diversificado arquivo disponível para qualquer consulta. Basta, para isso, a respetiva pesquisa pelo motor de busca.

Por exemplo, estes esclarecimentos de... renovada atualidade (portuguesa e internacional):

1. Como pronunciar o adjetivo tóxico? Não é como voltou a ouvir-se assim, mas... assim. A explicação... aqui.

2. «Bombardeios a instalações civis agravam crise humanitária na Faixa de Gaza.» Tradução apressada do inglês humanitarian e do francês humanitaire... Em português sempre houve – e continua a haver – a distinção semântica entre o que é, de facto, pró-humanidade e, simplesmente, de natureza (ou de condição) humana. Tão simples quanto isto: um cessar-fogo, ou uma trégua, entre Israel e o Hamas seria, isso sim, (de alcance) humanitário – ao passo que o seu contrário acarreta ainda mais o caos, a desgraça, a tragédia... humana.

Conquanto em pausa estival, voltaremos a este espaço, sempre que for caso disso. Entretanto...

 

 

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

No mês ora entrado, a equipa que garante as atualizações diárias do Ciberdúvidas vai de férias. Regressamos a 1 de setembro – não deixando, sempre que isso assim o justificar, de aqui registar o que for acontecendo de informação, esclarecimento ou reflexão relevantes sobre a língua portuguesa.

É o caso do que fica desde hoje em linha:

— Na rubrica Pelourinho, damos conta de três exemplos da confusão no emprego das conjunções coordenativas e e ou, assinalados pelo jornalista Wilton Fonseca, em crónica publicada no jornal i. E, ainda, um novo apontamento do nosso colaborador Paulo J. S. Barata: «Um estrato (muito) mal extraído».

— Em O Nosso Idioma, nova crónica de Edno Pimentel sobre os usos do português de Angola: Aulas muito "vantagiosas"!

— Nas Controvérsias, transcrevemos do jornal Público um artigo da autoria de José Mário Costa: Não se fala... não existe.

— E na área especificamente à volta do Acordo Ortográfico, deixamos uma ligação para o n.º 2 da revista Forma de Vida, que organizou um simpósio subordinado ao título "Para que serve o Acordo Ortográfico?", com a participação de figuras dos meios académicos e literários de Portugal e do Brasil. 

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No uso de uma língua, como noutras situações coletivas, não é fácil desfazer confusões nem evitar que se gerem outras – é o caso da velha troca de «ter que ver» por «ter a haver». No Pelourinho, apresenta-se nova descendência deste erro: trata-se de «ter haver», grafia incorreta de «ter a ver», expressão tradicionalmente considerada como menos correta que «ter que ver». Entretanto, embora se encontre encerrado até setembro, o consultório continua a receber questões que esperavam vez para ficar em linha: a sequência «todas as vezes que» está bem construída? Que significa a palavra coulomb? E que denominação atribuir a quem anda à boleia? As respostas somam-se a todo o arquivo de mais de 30 mil respostas do Ciberdúvidas, que, como sempre, se mantém acessível (consultar pelo motor de busca).

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Anuncia-se a realização em Luanda, de 18 a 20 de setembro de 2014, do 3.º Congresso  Internacional de Língua Portuguesa, uma iniciativa da Universidade Jean Piaget de Angola que nesta edição aborda o tema genérico "Unidade na diversidade". A principal proposta deste encontro é debater os atuais desafios da língua portuguesa em Angola e no mundo. Mais informação sobre inscrições (até 15 de agosto p.f.) e programa, aqui e aqui.

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Conforme se deu notícia, com a saída de Gilvan Müller de Oliveira em outubro de 2014, após quatro anos de mandato, a direção do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) acolhe uma nova responsável para o biénio de 2014/2016. Trata-se de Marisa Guião de Mendonça (na imagem, ao lado de Gilvan Müller de Oliveira), doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), membro da comissão moçambicana do IILP e diretora da Escola Superior de Contabilidade e Gestão da Universidade Pedagógica de Moçambique (ler ponto 11, alínea XI da declaração final da cimeira de Díli). Por indicação da República de Moçambique, Marisa Mendonça foi eleita para a gestão do IILP durante a X Conferência dos Chefes de Estado e de Governo (CCEG) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada em Díli, entre 18 e 23 de julho. Refira-se ainda que, para o cargo de presidente do conselho científico do IILP, foi eleito o escritor e investigador Raul Calane da Silva, na IX Reunião Ordinária do Conselho Científico do IILP, ocorrida na cidade da Praia, nos dias 12 e 13 de maio de 2014.

Recordamos que na declaração final da cimeira de Díli ficaram expressos o reconhecimento e a recomendação oficiais do Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa (VOC) e dos vocabulários ortográficos nacionais que o integram. Neste contexto, importa assinalar que passam a ficar indisponíveis as versões experimentais destes recursos, de modo a permitir concluir a primeira versão oficial até ao final de 2014. É ainda de salientar a importância atribuída na mesma declaração à disponibilização, por parte de Angola, de meios financeiros e materiais para o projeto de promoção e difusão da língua portuguesa no espaço da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (mais conhecida pela sua denominação em inglês, Southern Africa Development Community, ou abreviadamente SADC) – «o que levará à [sua] execução em Gaborone, na sede do secretariado executivo desta organização regional, em Pretória, na África do Sul, e em Windhoek, na Namíbia».

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Terminou neste dia, em Díli, a X Conferência dos Chefes de Estado e de Governo (CCEG) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), cuja declaração final, no seu ponto 11, relativo à ação cultural, promoção e difusão da língua portuguesa, refere as seguintes ações:

– a adoção do Plano de Ação de Lisboa, «com enfoque no português como língua de inovação e de conhecimento científico e na importância da Língua Portuguesa nas economias criativas, que define, juntamente com o Plano de Ação de Brasília, as estratégias globais para a promoção e difusão da língua portuguesa» (alínea vii);

– o reconhecimento e a recomendação oficiais do Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa (VOC) e dos Vocabulários Ortográficos Nacionais (VON) que o integram, bem como ainda do Portal do Professor de Português Língua Estrangeira/Língua Não Materna (PPPLE), que constituem recursos representativos de cinco Estados-membros e que ficam disponíveis no sítio do IILP [Instituto Internacional da Língua Portuguesa] na internet (alínea viii);

– a eleição da nova directora executiva do IILP, Marisa Guião de Mendonça, proposta pela República de Moçambique, para o biénio de 2014-2016 (alínea xi).

Observe-se que que, na referida conferência, a República de Cabo Verde formalizou a entrega do seu próprio VON (com cerca de 35 000 entradas), que assim se soma aos VON já disponíveis, a saber, os do Brasil, Moçambique, Portugal e Timor-Leste. Aguarda-se também o VON de São Tomé e Príncipe, o qual não foi possível ultimar a tempo desta conferência. É de notar que estão agora criadas as condições para a apresentação até final de 2014 da primeira versão oficial do VOC, que, além do léxico comum, vai ainda incorporar um módulo com toda a toponímia relevante na maioria dos países da CPLP e o mais vasto conjunto de formas não adaptadas (estrangeirismos e palavras das línguas maternas locais).

Assinale-se a declaração de apreço dirigida a Gilvan Müller de Oliveira, diretor executivo do IILP de 2010 a 2014, cuja ação foi determinante para o arranque e desenvolvimento de todos os projetos em referência. Para compreender o que tem sido a atuação do IILP nos últimos anos, leia-se na rubrica O Nosso Idioma um artigo que o linguista brasileiro Carlos Faraco publicou na Folha de S. Paulo, em 14/07/2014.

Ainda no âmbito do ponto 11 (alínea ix) da declaração final dos chefes de Estado e de Governo da CPLP reunidos em Díli, foi assinalada a importância do projeto de promoção e difusão da língua portuguesa no espaço da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (mais conhecida pela sua denominação em inglês, Southern Africa Development Community, ou abreviadamente SADC), de iniciativa angolana – «o que levará à [sua] execução  em Gaborone, na sede do Secretariado Executivo desta organização regional, em Pretória, na África do Sul, e em Windhoek, na Namíbia.»

Por último, registe-se que esta cimeira ficou marcada, no plano político, pela aprovação (polémica) da adesão da Guiné Equatorial como Estado-membro da CPLP.

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Como temos referido, embora o consultório esteja fechado até setembro, há ainda perguntas que esperam vez para ser divulgadas. Por exemplo, o que significa a palavra griséu? Os falantes de grande parte do Algarve devem saber: como se explica numa nova resposta, trata-se  de um regionalismo que nos transporta até aos tempos do conflito entre cristãos e muçulmanos, quando, além do árabe, também se falava moçárabe no sul do território ibérico. Entretanto, a rubrica Ensino passa a disponibilizar ligações para páginas da Internet que contêm jogos e passatempos sobre gramática e norma-padrão. Por exemplo, quando se fala de pneus, dizemos que têm aderência, ou adesão ao piso? E qual é o plural de aval? Ou, ainda: "dignitários", "dignatários" ou "dignos" (eclesiásticos)? As respostas – no total de 45 a outras tantas perguntas que põem à prova qualquer falante da língua portuguesa – estão aqui. Lembramos ainda que se mantém acessível todo o arquivo de mais de 30 mil respostas do Ciberdúvidas, além de um conjunto diversificado de textos sobre a língua portuguesa (consultar pelo motor de busca).

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Como já aqui foi assinalado, em Portugal são as várias unidades de investigação nos campos da Linguística e das Humanidades que vão encerrar ou encaram esse risco, na sequência de uma avaliação feita pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). O Centro de Linguística da Universidade do Porto (CLUP) vê-se na contingência de fechar, já em janeiro de 2015, ao fim de mais de 40 anos de atividade; e os dois centros de estudos clássicos do país – o Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras de Lisboa e o Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra – também fecham portas. Destino diferente vai conhecer outra unidade de excelência da área da Linguística, o Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC) – que se funde, a partir de janeiro de 2015, com o Centro de Estudos de Linguística Geral e Aplicada (CELGA), da Universidade de Coimbra.

A situação é, portanto, inusitada e, sobretudo, preocupante, porque tem impacto na própria promoção científica, académica e cultural da língua portuguesa. O programa Páginas de Português de domingo, 20 de julho (às 17h00*, na Antena 2), entrevista, por isso, o professor João Veloso, investigador e coordenador do CLUP, e faz a leitura da declaração que a FCT emitiu em 11/07/2014 sobre este assunto. No programa Língua de Todos de sexta-feira, 18 de julho (às 13h15* na RDP África; com repetição ao sábado, depois do noticiário das 9h00*), a linguista Margarita Correia fala sobre o Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa, a apresentar na cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Díli em 23/07/2014. Esta emissão inclui a rubrica a Ciberdúvidas Responde, conduzida por Sandra Duarte Tavares.

* Hora oficial de Portugal continental, ficando disponível via Internet, nos endereços dos programas.

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A União Europeia coloca os falantes de português perante mais um problema: como pronunciar o apelido/sobrenome do novo presidente da Comissão Europeia e ex-primeiro-ministro do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker (na foto, à esquerda)? Trata-se de um nome tipicamente germânico, homófono ou quase do substantivo comum Junker, em alemão, «aristocrata grande proprietário». Isto implica que o j se leia como i, fazendo com que o nome soe como "iúnquer" ou "iunca". Mesmo os europeus de expressão francesa, incluindo certamente os luxemburgueses (falam francês, mas também o luxemburguês e o alemão), parecem pronunciar assim, embora haja variação e se oiça também algo como "junquerre", forma afrancesada que não terá tanta aceitação – pelo menos a avaliar por esta reportagem em francês no canal Euronews. Que fazer, então, em português? Deixamos uma sugestão: preserve-se o que for possível da articulação original, luxemburguesa ou alemã (ambas línguas germânicas) e diga-se "iúnquer". E – nomeadamente nos noticiários da rádio e na televisão – opte-se por uma só forma de pronunciar este nome que vai ser tantas vezes falado nos próximos quatro anos...

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Embora o consultório se encontre indisponível até setembro, damos esclarecimentos neste dia sobre três palavras ainda em dúvida:

Desperdício é palavra primitiva, ou derivada?

– Que relação tem o apelido/sobrenome Aiveca com os substantivos comuns?

– E como identificar a palavra ou as palavras com a função de aposto num sujeito de estrutura complexa?

Lembramos que se mantém acessível todo o arquivo de mais de 30 mil respostas do Ciberdúvidas, além de um conjunto diversificado de textos sobre a língua portuguesa (consultar pelo motor de busca).