Como noutros países, a ideia de boa pronúncia enraizou-se em Portugal, de tal modo, que muitos falantes sentem vergonha do seu falar regional e fazem enormes esforços para imitar o padrão, historicamente baseado nos falares das classes cultas de Lisboa e Coimbra. Mas serão condenáveis as variantes regionais de pronúncia ou de outras dimensões de funcionamento da língua?
No Brasil, há quem proponha uma perspetiva descomplexada, segundo a qual a variação regional pode conviver com a norma. E, para o provar, uma série de reportagens do canal brasileiro TV Globo, com o título Sotaques do Brasil, revela, com base no Atlas Linguístico Brasileiro, como, afinal, os falares regionais, longe de serem simples deturpações, documentam a própria história do país.
E se em Portugal um dos grandes canais de televisão – e em particular, a televisão pública portuguesa, RTP – fizesse o mesmo, a partir do (muito) que já se fez no mundo académico? Há canais que já encetaram esse trabalho de divulgação, como é o caso da Localvisão TV, que em 2011 dedicou um programa aos falares do Algarve, com a participação da dialetóloga Maria Alice Fernandes (Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve).
O programa Cuidado com a Língua!, entretanto interrompido pela RTP, também dedicou alguns episódios aos falares regionais, designadamente dos Açores, do Algarve e do Alentejo.
Ainda acerca de pronúncias regionais, alguém pergunta no consultório se é incorreto articular ouro como "âuro", conforme é frequente ouvir no Norte de Portugal. E donde virá o apelido Cachão? Qual é o tamanho duma caracoleta? Que acontece quando o «chão foge dos pés»?
A Ciberescola da Língua Portuguesa e os Cibercursos continuam a organizar aulas individuais para estudantes estrangeiros (Portuguese as a Foreign Language), além de disponibilizarem recursos para apoio da aprendizagem do português (língua materna e língua não materna). Mais informação na respetiva página do Facebook e na rubrica Ensino.