Na atualidade internacional, continua a suscitar preocupação o conflito na Ucrânia, como se pode confirmar lendo os muitos artigos e notícias que, em Portugal, a comunicação social tem publicado sobre o assunto. Entre eles, saliente-se uma crónica do escritor português Miguel Esteves Cardoso, cujo primeiro parágrafo se revela desconcertante do ponto de vista linguístico:
«Ucrânia, tal como Portugal, não tem artigo definido. Assim como não se diz "o Portugal" ou "no Portugal" também não se diz "a Ucrânia" e "na Ucrânia"» ("Ucrânia primeiro" in jornal Público de 31/08/2014).
Será mesmo assim? Não terá esta afirmação que ver com o estilo frequentemente provocador de Esteves Cardoso? Nada disso? A estas questões, o consultório procura responder, ciente de que, como muitos outros nomes de países, Ucrânia se faz acompanhar de artigo definido («o conflito na Ucrânia»).
Espaço ainda para outras duas perguntas nesta atualização:
– um topónimo português começado por al- – por exemplo, Alvoco – é forçosamente de origem árabe?
– que palavras portuguesas poderão escusar-nos o uso servil e pouco imaginativo dos anglicismos stalking e cyberstalking?
Celebra-se nesta data o Dia Internacional da Alfabetização, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), através da UNESCO. É uma oportunidade também para refletirmos sobre o muito que há a fazer pelos falantes de português nos diferentes países onde a nossa língua comum possa ter ou não estatuto oficial.
A Ciberescola da Língua Portuguesa e os Cibercursos oferecem acesso a materiais para o ensino e a aprendizagem do português (língua materna e língua não materna), além de organizarem aulas individuais para estudantes estrangeiros (Portuguese as a Foreign Language). Para saber mais, consultar a respetiva página do Facebook e a rubrica Ensino.
Com SOS Ciberdúvidas, lançamos um apelo à generosidade dos nossos consulentes, no sentido de ajudar este espaço de conhecimento e debate de temas da língua portuguesa, entendida em toda a sua diversidade. Os nossos agradecimentos.