1. Decorre desde o dia 21 de setembro a comemoração do 75.º aniversário da ONU, organização que foi estabelecida a 24 de outubro de 1945. A iniciativa viu o seu início marcado por um evento de alto nível, onde se discutiu o futuro das Nações Unidas. Esta sessão decorreu no auditório da Assembleia Geral, em Nova Iorque, para permitir a distância dos participantes, e muitos outros encontros terão lugar por meios digitais, devido à situação de pandemia. Este acontecimento justifica que aqui se recorde, uma vez mais, que ONU é um acrónimo que se pronuncia "onú", como palavra oxítona (aguda), estando a pronúncia "ónu", que se vai ouvindo na comunicação social ou entre membros da classe política, errada.
cf. «Prosódia das siglas ONU, OVNI e UCI» e «A pronúncia dos acrónimos ONU, SMPU e INPI».
2. O governo português decidiu manter a situação de contingência até ao dia 14 de outubro, altura em que será feita uma reavaliação da evolução epidemiológica. A expressão «Estado de contingência» encontra-se já contemplada no glossário A covid-19 na língua, que vai reunindo as palavras da pandemia. Introduzem-se agora os termos/expressões Álcool-gel, «Preparar o pior e esperar o melhor», Semáforos e Toma.
3. Várias notícias deram esta semana a conhecer o programa de cadeiras do mestrado em Direito onde se aproxima o movimento feminista do nazismo. Este facto motivou uma reflexão da professora Carla Marques sobre as zonas de contacto e de separação que as palavras mantêm, do ponto de vista formal e dos seus significados, divulgada na rubrica O Nosso Idioma sob o título «O que o feminismo e o nazismo (não) têm em comum».
4. No Consultório esclarece-se uma questão, oriunda do Brasil, sobre a correção da forma «com si» na variedade brasileira. Outra pergunta versa o valor e a classificação da conjunção que seguida do advérbio não em determinadas construções com valor contrastivo. Analisa-se, ainda, a possibilidade de formação de um adjetivo a partir do verbo inundar e, numa outra questão, a razão de ser da grafia do nome tessitura e a sua etimologia. Por último, uma reflexão sobre a pronúncia do /d/ intervocálico em Portugal e outra sobre o significado da locução «em detrimento de».
5. Na rubrica Montra de Livros, divulgamos a obra do professor e escritor João Carlos Brito, Em Português nos Desentendemos, da Porto Editora, apresentada pela mão da jornalista Paula Torres de Carvalho. Trata-se de uma publicação sobre a diversidade linguística no plano das expressões regionais e populares portuguesas.
6. Entre as notícias do âmbito da língua portuguesa, destacamos a «Última Lição» do Professor Carlos Reis, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que atinge a sua jubilação. Esta será proferida no dia 28 de setembro de 2020, pelas 16:30, no Auditório da Reitoria. O evento poderá ser acompanhado via Internet.
7. Recordamos os programas produzidos pela Associação Ciberdúvidas da Língua Portuguesa para a rádio pública portuguesa: uma entrevista com Moisés Lemos de Martins, diretor do Museu Virtual da Lusofonia, no programa Língua de Todos, emitido pela RDP África, na sexta-feira, dia 25 de setembro, pelas 13h20* (com repetição no sábado, dia 26 de setembro, depois do noticiário das 09h00*); no programa Páginas de Português, transmitido pela Antena 2, será difundida uma entrevista à professora Joana Meirim e a Roberto Vecchi, presidente da Associação Internacional de Lusitanistas, a propósito do encontro centrado na importância e na expressão da língua e da cultura portuguesas no mundo, realizado pelo Centro de Estudos de Comunicação e Cultura da Universidade Católica Portuguesa (no domingo, dia 27 de setembro, pelas 12h30*, com repetição no sábado, dia 3 de outubro, às 15h30*).
*Hora oficial de Portugal continental, ficando ambos os programas disponíveis posteriormente aqui e aqui.