Pode afirmar-se que a maneira de pronunciar as vogais em sílaba não acentuada (átona) é factor de contraste no mundo de língua portuguesa. Atualmente, distinguem-se dois padrões: o brasileiro, de vocalismo normalmente bem audível, apesar de variações regionais; e o europeu, cujas vogais nessa posição parecem sussurradas por efeito da sua neutralização, padrão este que, de forma mais ou menos aproximada, tem sido seguido noutros países onde o idioma tem estatuto oficial. Assinale-se, portanto, o caso dos topónimos moçambicanos Sofala e Matola, os quais, projetados por acontecimentos infelizes para os noticiários ouvidos em Portugal, agora soam como "Sòfala" e "Màtola", com vogais abertas pré-tónicas. No português europeu, as características desta variedade e a sua história não justificam tais vogais abertas (há exceções), pelo que se recomenda dizer-se "Sufala", com o som "u" de mural, e "Mâtóla", com o som "a" da última sílaba de chora.
Ainda a propósito de vogais, disponibiliza a rubrica O Nosso Idioma um novo texto de Paulo Barata, que mostra como a emoção duma reportagem em direto pode devolver um jornalista às suas raízes dialetais (na imagem à direita a transcrição fonética da palavra muito). Por seu lado, o consultório centra-se nos verbos, em particular, na sua sintaxe e na história da sua flexão. Estas e outras respostas podem ser também consultadas numa aplicação para smartphones.
Mantêm-se abertas as inscrições nos cursos em linha de Português Língua Estrangeira (Portuguese as a Foreign Language) promovidos pela Ciberescola da Língua Portuguesa e pelo sítio associado Cibercursos. Mais informação na respetiva página no Facebook e na rubrica Ensino.
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