De acordo com Mateus e outros, Gramática da Língua Portuguesa, p. 159, o pretérito perfeito composto «apresenta algumas especificidades em português. Com efeito, o pretérito perfeito composto não marca perfetividade, nem claramente tempo passado, mas antes a duração de uma situação iniciada no passado e que continua no presente (da enunciação), podendo ainda apresentar uma leitura de iteratividade [...]».
Deste modo, parece-me ser aceitável a construção proposta pelo caro consulente, pois a opção pelo pretérito mais-que-perfeito do conjuntivo — tivesse sido — aprisiona, por assim dizer, a ação no passado, ao passo que o uso do pretérito perfeito composto do indicativo – «tem sido» – liberta a ação, permitindo que esta se prolongue sensivelmente até ao tempo da enunciação. Esta última construção como que presentifica a ação, conferindo-lhe até, possivelmente, um maior grau de gravidade e de seriedade.