Outro dia, lendo um texto, vi duas frases: «Minha mãe tem os cabelos longos e é muito bonita»; já a outra frase era: «Desejo muita saúde e paz.»
A minha duvida é a seguinte: na primeira frase, o advérbio muito está diante de um adjetivo feminino, mas não há concordância («minha mãe é muito bonita»), e na segunda frase ele concorda com a palavra saúde (feminina). Porque isso ocorre?
Na frase «Comprei artigos de primeira», a palavra primeira pertence a que classe morfológica?
Em sessões de trabalho sobre a classe de palavras, segundo o DT, surgiram dúvidas sobre o advérbio relativo, pois apresentam-se como e onde como pertencendo a essa categoria.
Sendo que a primeira é de fácil aplicação («A rua onde moro é ladeada por árvores»), não entendo em que contexto pode surgir a segunda com esta função.
Como se classificam morfologicamente as palavras «o mais interessado»?
A palavra dicionário pertence à classe dos nomes comuns, ou dos nomes comuns coletivos?
Ao resolver uma questão duma prova aferida de treino para o 4.º ano, tive dúvidas na resposta correta, uma vez que alguns alunos deram várias respostas.
Na prova, a questão vinha assim:
«Lê a seguinte frase: "A cesta vinha cheia de carapaus frescos."
Reescreve a frase, colocando o adjetivo no grau superlativo absoluto sintético.»
A maioria dos alunos identificou o frescos como sendo o adjetivo e escreveram «fresquíssimos», mas outros tantos identificaram a palavra cheia como sendo o adjetivo.
Qual é de facto a classificação morfológica da palavra cheia?
E como devia ser reescrita a frase?
Na frase «Desatou a correr pela aldeia fora», o vocábulo fora continua a pertencer à classe dos advérbios? Se assim for, a que subclasse pertence? Não consigo integrá-lo em nenhuma. Aqui o advérbio fora modifica o nome e não o predicado, logo não pode ser um advérbio de predicado, mas também não se encaixa em nenhuma das outras classes.
O mesmo acontece com o advérbio dentro na expressão «Pela casa dentro». Na gramática tradicional, eram advérbios de lugar, e na nova terminologia? Pensando melhor, «pela aldeia fora» é uma locução adverbial? Sendo assim, classifico-a naturalmente como locução adverbial de predicado. Será? Não vejo outra hipótese.
As palavras metrologia e meteorologia podem ser consideradas palavras parónimas?
Parabéns e votos de continuação do vosso excelente trabalho em constante defesa e salvaguarda da língua portuguesa.
a) Gostaria de saber qual a classificação morfológica do o que se aglutina à preposição de em «A mulher é mais tolhida socialmente do que o homem».
b) A expressão «os pronomes substantivo interrogativo» está assim grafada em uma apostila para concurso. É correta essa concordância? Isso se dá pelo fato de «substantivo interrogativo» estar especificando «pronomes»?
Chamo-me Lígia Carvalho, sou coordenadora do departamento de Línguas da EBI de S. Martinho do Campo, em Santo Tirso, e gostaria de esclarecer uma dúvida recente colocada pelas minhas colegas. Com a introdução do acordo ortográfico há várias palavras que sempre considerámos nomes próprios que passaram a escrever-se com minúscula. Estou a referir-me aos meses e às estações do ano.
Consultando o Dicionário Terminológico em linha, encontrei a seguinte definição para um nome próprio: «nome que designa um referente fixo e único num dado contexto discursivo, pelo que é completamente determinado, não admitindo complementos ou modificadores restritivos ou variação em número». Refletindo sobre esta definição, cheguei a estas frases: «Os últimos invernos têm sido rigorosos»; «As primaveras têm chegado cedo» – estas frases fazem sentido, os nomes inverno e primavera admitem plural, logo são nomes comuns.
Contudo, as frases: *«Os janeiros são sempre chuvosos» ou *«Os maios têm estado quentes» são agramaticais, pelo que os nomes janeiro e maio têm de ser considerados nomes próprios. Será assim? Passamos a ter nomes próprios que se escrevem com minúscula? Nesta fase em que integramos o acordo ortográfico e a nova nomenclatura da gramática surgem muitas dúvidas às quais nem sempre estamos aptos a responder.
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