Em nosso idioma, é comum tratar um homem, ou a ele se referir, pelo seu sobrenome e não pelo prenome. Deste modo, podemos dizer, por exemplo: «O Meneses comprou o carro que tanto queria.»
Observo, entretanto, que o mesmo não acontece em relação às mulheres, de modo que soaria estranho referir-se a uma mulher dizendo algo como isto: «A Brandão passou no vestibular.»
Sei que às vezes se diz em relação a um casal, por exemplo, «senhor e senhora Ribeiro de Sá», sendo ambos os sobrenomes do marido. Mas, se se tratar de mulher solteira, seria correto interpelá-la, ou a ela se referir, pelo seu sobrenome: «Carvalho, vem passear conosco»?
A minha dúvida a respeito do tema aqui ventilado se acendeu porque tenho ouvido algumas pessoas aqui no Brasil, em casos raros, interpelar mulheres, ou a elas se referir, pelos seus sobrenomes.
Por favor, a sempre confiável sentença do Ciberdúvidas. Muito obrigado.
Antes de mais, muitos parabéns pelo extraordinário trabalho que têm desenvolvido. Consulto com frequência a vossa página e espero que resolvam rapidamente as arestas ainda não limadas.
Quanto à questão, relaciona-se com a frase «Eles foram mascarados». «Foram» é do verbo ir, ou pode ser entendido como uma forma do verbo ser, na passiva, fazendo, portanto, um predicado nominal? «Mascarados», se for o verbo ser, é, ou não, um predicativo do sujeito?
Obrigada pela atenção.
Gostaria de saber exemplos de adjetivos uniformes tais como o adjetivo simples.
Habituado é adjetivo, ou substantivo?
Não sei qual será a sua resposta, mas para o [Dicionário] Aurélio habituado é apenas substantivo.
Na frase «O Manuel corria com os punhos cerrados», como classificar morfologicamente «cerrados»?
José Maria Relvas escreve: «Para mais facilmente conhecermos se uma palavra é um substantivo, basta pôr antes dela algumas dessas palavras: um, uma, uns, umas, o, a, os, as. Qualquer palavra pode ser um substantivo, desde que essa palavra esteja substantivada por alguma das palavras um, uma, uns, umas, o, a, os, as. Assim: não, sim, são advérbios, mas, se dissermos: «o não», «o sim», já são substantivos; comer, cantar, são verbos, mas se dissermos: «o comer», «o cantar», já são substantivos; etc.» (Gramática Portuguesa – 2.ª Edição revista, actualizada e aumentada, Europress, 2001, pág. 21).
Realmente, quando acrescentamos os artigos, quaisquer que sejam, a uma palavra, independentemente do grupo ou classe gramatical, passa a substantivo. Por isso, os grandes linguistas aconselham que não se deve dizer o seguinte: «O peixe é para o almoço» (diferente de: «O peixe é para almoço»). Naquela, está contida a ideia de «o peixe» ser dado para o «almoço», como se este fosse um (ou uma) personagem, o que não corresponde à verdade, ao passo que, nesta, há a ideia de finalidade para a qual se destina o peixe.
Gostaria, entretanto, de saber se «o sim», «o não», «o comer», «o cantar» são substantivos comuns, ou concretos. Creio que sejam comuns, porque se escrevem em minúscula.
Muito bom ter este oásis em que sábios, em sua plêiade, respondem a questões de português. Parabéns! Hoje, para economizar e-mail, tenho três perguntinhas básicas:
1 – Em «Será muito bom se você passar na prova», o se é integrante, ou condicional? Por quê?
2 – Em que casos o se não pode vir antes de infinitivo? Por quê?
3 – Em «Não é bom se dizer ao chefe a verdade», o se é integrante, ou apassivador? Por quê?
Muito grato!
Num teste feito pela minha professora de Português, tinha de analisar morfologicamente a frase "A publicidade... (não me lembro)... e cria muitos empregos." Ao chegar à palavra "muitos", pensei "Isto é um advérbio. Não, espera, os advérbios são invariáveis. Isto deve ser outra coisa." Não me lembrei logo do que seria. Na altura da entrega e correção, percebi: seria um determinante indefinido, mas a professora corrigiu como sendo advérbio, opção que pus logo de parte. Depois de lhe fazer esta observação, ela argumentou, dizendo que nem todos os advérbios têm de ser invariáveis. E explicou ainda que estas regras gerais podiam ser quebradas, dando outro exemplo: nem todas as palavras com o sufixo -íssimo são adjetivos, como no caso de muitíssimo. Já não lhe consegui dizer a que classe de palavras eu achava que podia pertencer essa palavra.
Já vi noutra pergunta semelhante que responderam dizendo que muito(s)/a(s), nesse caso (... muita saúde...), seria um pronome indefinido. (Até porque os advérbios costumam anteceder os adjetivos. Os nomes costumam ser precedidos por determinantes.) Sabia do indefinido, mas discordo do pronome, porque são os determinantes que antecedem um nome, não os pronomes. Gostaria que me esclarecessem esta questão, além de confirmarem se não é mesmo um advérbio.
Quanto ao muitíssimo, também estou curioso. Desconfio que seja um advérbio, porque a sua raiz também o é. Não posso deixar também de me lembrar de uma palavra muito usada pela minha professora de Geografia: coisíssima. Faz sentido existir. É o quê? Desconfio de um substantivo, mas também não sei.
Gostaria de saber como classificar estas palavras (pesadinho e pesadão) quanto ao grau, dado que ambas são adjetivos e os graus diminutivo e aumentativo são normalmente atribuídos aos Nomes.
Qual a frase correta?
«Sem sinais e sintomas cardíacos.»
«Sem sinais ou sintomas cardíacos.»
«Sem sinais e/ou sintomas cardíacos.»
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