Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Ana Ferreira Professora de Português e tradutora Madrid, Espanha 51K

Sou professora de Português no estrangeiro e após ter feito uns exercícios sobre a utilização dos verbos tentar, provar e experimentar alguns alunos questionaram-me acerca das diferenças entre os verbos provar e experimentar quando se fala de comida.

Como exemplo, utilizei alguns exemplos do caderno de exercícios do livro Português XXI, 2:

«Este arroz está uma delícia. Não queres provar?»

«O senhor já provou bacalhau à Gomes de Sá?»

A minha explicação foi que, quando se trata de alimentos, o mais correto é utilizar provar em vez de experimentar, mas eles disseram-me que uma professora anterior tinha-lhes dito para usarem experimentar.

Existe alguma regra para o emprego destes dois verbos?

Obrigada.

Adriana Silva Revisora Lisboa, Portugal 4K

Gostaria de vos pedir um esclarecimento a respeito da seguinte frase: «Ou este óleo se procura situar num momento anterior à ruína das muralhas, ou a ruína não é levada à letra, uma vez que estas estão, aqui, intactas.» O emprego do determinante demonstrativo estas está correcto? Ou, por estarmos a fazer referência ao substantivo muralhas, deveríamos escrever aquelas?

Obrigada pela vossa ajuda.

Fátima Ferreira Franco Estudante de Direito Torres Vedras, Portugal 53K

Já há algum tempo que me deparo com esta dúvida: a expressão «até que enfim» é seguida de «que», ou não? Utilizando uma frase de exemplo: «Até que enfim que apareceu alguém!», ou «Até que enfim apareceu alguém!»?

Muito obrigado.

Márcia Cristina Professora Rio de Janeiro, Brasil 73K

Gostaria de saber se o uso da preposição entre é adequado com o verbo comparar nos exemplos a seguir:

«Compare o tratamento dado à mulher, ao homossexual e ao idoso "entre" nossa cultura e outras.»

«Estabeleça comparação "entre" o tratamento dado à mulher, ao homossexual e ao idoso em nossa cultura e em outras.»

Agradeço a atenção.

Francisco Correia Operário Lisboa, Portugal 11K

Pode designar-se a pessoa que trabalha numa papelaria como "papelista"? Ou devo usar o termo mais geral, para o comércio, de "lojista"?

Filipe Moreira Tradutor Lisboa, Portugal 11K

Antes de mais, cumprimento-os pelo excelente serviço que prestam aos falantes da língua portuguesa.

Seguidamente, pergunto-vos se, nas expressões abaixo, alguma está incorrecta, ou se uma é mais correcta do que a outra:

1 — «Cinquenta anos não é nada para mim.»

2 — «Cinquenta anos não são nada para mim.»

Julgo que ambas estarão correctas, mas, ainda assim, gostaria da V. douta opinião, dado que já estive envolvido numa argumentação em que uma das partes defendia que a hipótese 1 estaria incorrecta porque o verbo teria de estar em concordância com o número de anos. Ora, a meu ver, isto não é estanque, na medida em que «Cinquenta anos» pode perfeitamente assumir o carácter de «isso», como no diálogo seguinte: «— Cinquenta anos? O que é isso para si? — Cinquenta anos, na verdade, não é nada para mim.»

Fico a aguardar o V. esclarecimento.

Rodrigo Queirós Professor Ermesinde, Portugal 17K

Ouvi na TV o dr. Hermano Saraiva dizer: «... os portugueses sempre tiveram muitos nortes e muitos suis ou sules.» Não consegui distinguir qual das formas usou. De qualquer forma, pergunto e agradeço a atenção que me prestarem: existe alguma daquelas formas plural de Sul?

Cláudia Nobre Professora Vila Real, Portugal 8K

A palavra campanário pertence a alguma família de palavras?

Manuela Demaret Professora de Português Fontainebleau, França 4K

«Apesar disso ainda há gente tonta que imagina que/

Se possa continuar a governar/

Com as artimanhas da velha política/

Quando assumirmos o poder faremos tudo para que...»

Cito um extracto de uma tradução de um pequeno texto-brincadeira que circula na Internet. Lido do princípio para o fim, tem um sentido; lido do fim para o princípio, revela sentido inverso. Para tal, deve respeitar-se a mudança de linha e escolher estruturas que permitam a brincadeira em português. A dificuldade está aqui: se se respeita a gramática e se escreve "gente tonta que imagina que se pode governar", ou seja, o verbo imaginar seguido, como é correcto, de verbo no indicativo, a leitura do fim para o princípio não é possível. Pensei assinalar aos meus estudantes que, neste caso, se poderia recorrer ao erro que por vezes é cometido na língua corrente. O que vos parece? Demasiado artificial? Obrigada pela vossa resposta.

Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Campo Grande, Brasil 62K

O que significam a palavra composta farinha-flor e a expressão flor de farinha? Seriam sinônimas? A última seria hifenizada?

Flor de farinha é uma expressão que somente encontro em textos bíblicos do Pentateuco traduzidos para o português por católicos e protestantes. Aparece em contextos de sacrifícios e oferendas de bolos, pães ázimos etc. no Tabernáculo.

Em ambos os casos, creio que se trata de farinha de trigo, não é mesmo?

Muito obrigado sempre.