O paradigma de conjugação dos verbos consiste nas terminações que usamos sempre que conjugamos um verbo. Essas terminações seguem um modelo – por exemplo, cantar, comer e partir, respetivamente, para a 1.ª, 2.ª e 3.ª conjugações, no caso dos verbos regulares – e correspondem aos tempos, pessoas e modos.
Quando falamos de verbos em contexto escolar, reportamo-nos logo para situações de exploração do conhecimento explícito da língua. Contudo, não nos podemos esquecer que as crianças, quando entram no 1.º Ciclo, já vêm com um grande conhecimento intuitivo das estruturas gramaticais, pelo que o que se pretende é que estas capacidades sejam estimuladas: «A realização de exercícios com vista à estimulação do desenvolvimento linguístico contribui para o desenvolvimento da consciência linguística, o que, por sua vez, poderá conduzir ao conhecimento explícito, entendido como a consciencialização e a sistematização do conhecimento da língua, com vista à sua utilização adequada nos modos oral e escrito.» (Gonçalves e Guerreiro e Freitas, 2011)
Ao longo do 1.º Ciclo, os alunos vão sendo estimulados para a aprendizagem dos verbos, percorrendo a seguinte trajetória:
1 – Identificar verbos;
2 – Identificar as três conjugações verbais;
3 – Conjugar os verbos regulares e os verbos irregulares mais frequentes (por exemplo, dizer, estar, fazer, ir, poder, querer, ser, ter, vir) no presente do indicativo.
4 – Conjugar verbos regulares e verbos irregulares muito frequentes no indicativo (pretérito perfeito, pretérito imperfeito e futuro) e no imperativo.
Segundo Inês Duarte (2008) os paradigmas flexionais dos verbos podem ser trabalhados, com recurso a pseudopalavras onde as crianças exercitam a flexão dos verbos através de uma forma lúdica. Como exemplo, a autora apresenta uma personagem da banda desenhada, o Puf, que usa uma língua em que todas as palavras começam por puf. Por esta razão as crianças enfrentam o desafio de flexionar pseudopalavras, o que lhes permite focalizar-se na forma.”(p 30).
Nas gramáticas não é consensual a escolha dos verbos apresentados como modelo para cada uma das conjugações. O importante é que os alunos tenham como modelo um verbo de cada conjugação para explorarem as diferentes flexões e aplicarem esse conhecimento no uso e identificação de outros verbos regulares. As gramáticas e os manuais estão repletos de exercícios gramaticais, focando-se nos seguintes aspetos:
– identificação de verbos regulares da 1.ª, 2.ª e 3:ª conjugações;
– identificação das terminações presentes em cada conjugação, tempo, pessoa e número;
– uso das flexões verbais para produção de frases/textos;
– preenchimento de lacunas em frases/textos tendo como indicação os verbos, o tempo e as pessoas;
…
Também há a possibilidade de os alunos recorrerem à Internet para procederem à consulta da conjugação de verbos, podendo-se por isso, planificar-se diversas atividades de descoberta nesse âmbito.
Propostas de sites:
Referências/bibliografia
Inês Duarte, O conhecimento da Língua: Desenvolver a Consciência Linguística, Lisboa, Direção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, 2008, p.30.
Fernanda Gonçalves, Paula Guerreiro, Maria João Freitas, O conhecimento da Língua: Percursos de Desenvolvimento, Lisboa, Direção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, 2011, p.30.
Helena C. Buescu, Maria Regina Rocha e Violante F. Magalhães, Metas Curriculares de Português Ensino Básico 1.º Ciclo – O domínio da GRAMÁTICA (apresentação em PowerPoint), Direção-Geral da Educação
João Costa, Assunção Caldeira Cabral, Ana Santiago e Filomena Viegas, Conhecimento Explícito da Língua – Guião de Implementação do Programa, Direção-geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular, 2011