A oração em questão parece uma oração comparativa, e, no quadro da terminologia aplicada em Portugal ao ensino não universitário – a do Dicionário Terminológico –, é esta a classificação possível.
No entanto, em estudos mais aprofundados, considera-se que se trata de uma oração subordinada adverbial conformativa, isto é, uma oração que envolve «epistemicamente o falante ou o ouvinte relativamente ao conteúdo da oração principal, ou [é usada] pelo falante para atribuir esse conteúdo a uma determinada fonte» (E. B. Paiva Raposo et al. Gramática do Português, Fundação Calouste Gulbenkian, 2013, p. 2028); ou seja, trata-se de uma oração que condiciona o valor de verdade do conteúdo de todo o enunciado. Este tipo de orações também é referido em obras muito menos recentes, como acontece com na Nova Gramática do Português Contemporâneo (Edições João Sá da Costa, 1984, p. 604), de Celso Cunha e Lindley Cintra.
Observe-se, por último, que, no ensino básico ou secundário de Portugal, o exemplo em discussão não será o mais adequado para o estudo das orações comparativas.