A frase «Deram-me uma mensagem que comunicar» está correta, porque a conjunção tem um valor de complemento. Assim, esta frase terá um valor equivalente a «Deram-me uma mensagem para comunicar.»
Também a frase «Deram-me uma mensagem a comunicar» estará certa, uma vez que pode haver correspondência de significado entre para e a, tendo ambas as palavras origem no termo latino ad [cf. António Gomes Ferreira, Dicionário de Latim Português, Porto Editora, 1987] .
Relativamente às frases que se seguem, considera-se correta: «Disseram-me os passos que dar na obra». Esta frase é equivalente a: «Disseram-me os passos que [devo] dar na obra.» A omissão do verbo não inviabiliza que a frase esteja correta.
Do mesmo modo, estará em conformidade: «Disseram-me os passos a dar na obra.», semelhante a: «Disseram-me os passos para dar na obra.» ou ainda, «Disseram-me os passos para eu dar na obra», «Disseram-me para eu dar os seguintes passos na obra» e «Disseram-me os passos que eu devo dar na obra». De sublinhar que as orações subordinadas substantivas completivas* [«... os passos que (a) dar na obra] estão condicionadas pelo verbo declarativo [dizer]. Quem diz, diz alguma coisa, neste caso, «[...] os passos que dar na obra» ou «[...] os passos a dar na obra.»
A frase «Ordenar alguém sacerdote» tem um significado ligeiramente diferente de «Ordenar alguém como sacerdote», uma vez que, na primeira frase, se está a identificar o que se ordena; alguém é ordenado sacerdote. Na segunda frase, está implícita uma comparação regida pela partícula como. Assim, o enunciado terá o seguinte significado: ordenar alguém da mesma maneira [como se] que se ordena um sacerdote. O mesmo acontecendo com as outras frases apresentadas.
* «A oração subordinada substantiva completiva ou integrante - sublinha uma oração que completa outra. É, normalmente, introduzida pela conjunção completiva que e pela conjunção completiva se.» [In Vítor Fernando Barros, Gramática da Língua Portuguesa, âncora Editora, Edições Colibri, 2011, pág. 93)