O constituinte «um ramo de palmeiras» desempenha, na frase em questão, a função sintática de sujeito.
A identificação da função de sujeito não se pode limitar a colocação à colocação das questões «o que?» e «quem?» ao verbo porque estas poderão não indicar com fiabilidade a função desempenhada pelo constituinte interrogado. Veja-se como a questão «quem?», quando colocada ao verbo, tanto pode ficar associada a um constituinte com função de sujeito (1) como de complemento direto (2):
(1) «O João viu o filme.» (Quem viu o filme? – O João. = «O João» é sujeito)
(2) «A empresa contratou o João.» (Quem contratou a empresa? – O João. = Mas! «O João» é complemento direto)
De igual modo, a questão «o que?» pode ficar associada a um constituinte com função de complemento direto (3) ou de sujeito (4):
(3) «O João comeu uma maçã.» (O que comeu o João? – Uma maçã. = «uma maçã» é complemento direto)
(4) «Dói-te a cabeça.» (O que te dói? – A cabeça. = «a cabeça» é sujeito)
Um dos processos de identificação do sujeito mais fiáveis corresponde à possibilidade de substituição do constituinte pelos pronomes pessoais (ele(s) / ela(s)) ou pelo pronome demonstrativo (isto). Assim, se se aplicar este teste à frase apresentada, veremos que o constituinte «um ramo de palmeiras» é compatível com a substituição por ele:
(5) «Ele estava encostado em cada poste.»
O mesmo constituinte já não admite a substituição pelo pronome -o (que indica a presença de um complemento direto), como se constata pela agramaticalidade da frase que gera:
(6) «*Em cada poste estava-o encostado.»
Refira-se, por fim, que o lugar em que o constituinte surge na frase não é, por si só, indicativo de função. Assim, um constituinte com a função de sujeito tanto pode surgir antes do verbo como depois (como a frase apresentada pelo consulente bem exemplifica). A este propósito, recorde-se também esta resposta.
Em nome do Ciberdúvidas, agradeço as gentis palavras que muito nos estimulam.
Disponha sempre!
*assinala a agramaticalidade da frase.