«Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respiração presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um momento em que esteve quase...quase!»
Este é um exemplo de discurso indireto livre, modalidade intermédia entre o direto e indireto, livre da subordinação, em que a enunciação do locutor-relator se funde com a enunciação do primeiro locutor. A voz do narrador confunde-se com a da personagem, havendo uma espécie de intersecção entre o discurso direto e o discurso indireto.
Distingue-se do direto, porque omite as marcas que assinalam a introdução do discurso relatado; e do indireto, porque, ao contrário deste, omite o verbo declarativo e as conjunções subordinativas que integram o discurso relatado.
Tendo em conta o que foi dito, a conversão do texto do consulente vai incidir sobre as marcas que fazem parte do discurso direto e que passarão, pois, para o discurso indireto:
«Ele (ou ela) afirmou que naquele momento (ou naquele dia, ou então...) sentira uma grande vontade de voar. Correra outra vez com a respiração presa e já nem podia mais. Estava desanimado e exclamou que era uma pena, porque houve um momento em que estivera perto disso.»
Fontes: Infopedia + Gramática de Português, Vasco Moreira et al., Porto Editora