O discurso indirecto livre, como se lê na Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, «aproxima narrador e personagem, dando-nos a impressão de que passam a falar em uníssono.» Aí se lê, citando Charles Bally, que «o ideal de perceber-se o autor na sua criatura, este culto da impermeabilidade dos naturalistas, haveria de encontrar no discurso indirecto livre a sua forma de expressão ideal».
Eis um exemplo colhido em Cunha e Cintra: «O rancor roncava no seu peito vazio. Uns comunistas, era o que eram; uns comunistas. Olhou-os com sua cólera de velha. Pareciam ratos se acotovelando, a sua família.»
A Gramática de C. Cunha e L. Cintra indica autores que estudaram o assunto, tais como T. Kalepxi, Leo Spitzer, E. Lorck, Nicola Vita e O. Jespersen.