Quando o sujeito é constituído por um único pronome, como é o caso da frase em análise, trata-se de um sujeito simples. Portanto, Eles na frase «Eles comeram o peixe» é um sujeito simples.
A gramática tradicional e as novas correntes linguísticas são unânimes a nível da classificação de sujeito simples e composto. Repare-se na definição formulada pelos gramáticos Cunha e Cintra — «Quando um sujeito tem um só núcleo, isto é, quando se refere a um só substantivo/nome [Matilde entendia isso; Os olhos dela estavam secos], ou a um só pronome [Ele arrumava a gravata; Esperam que eles as tomem], ou a um só numeral [Os dois riram-se satisfeitos], ou a uma só palavra ou expressão substantivada [O por fazer é só com Deus; Só o existirdes me consola], o sujeito é simples» (Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Sá da Costa, 2002, p. 127) — e pelo Dicionário Terminológico: «Sujeito constituído exclusivamente por um grupo nominal ([O Manuel] telefonou pelas nove horas) ou por uma oração ([Quem não arrisca] não petisca). A este contrapõe-se o sujeito composto.
Não é o facto de o sujeito ser plural que lhe confere a classificação de composto. Esse caso seria evidente se, em vez do pronome pessoal masculino de 3.ª pessoa do plural (eles), ocorressem dois pronomes, como por exemplo, «ele e ela» ou «O João e a Maria». Assim, eram casos de sujeitos compostos.
Portanto, só se entende por composto o «sujeito constituído por uma coordenação de grupos nominais (i), de orações (ii), de pronomes (iii) ou de combinações destas categorias (iv). A este contrapõe-se o sujeito simples.
(i) [O Manuel e a Maria] telefonaram pelas nove horas.
(ii) [Quem arrisca e quem sabe o que quer] é bem-sucedido.
(iii) [Eu e tu] telefonámos pelas nove horas.
(iv) [Ela e o Manuel] telefonaram pelas nove horas.
[O Pedro e quem tu sabes] acabam de entrar na sala» (DT).