De facto, a frase «Errar é humano» é um caso de uma «oração complexa contendo uma oração infinita [Errar] como sujeito» (Mira Mateus et al., Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho, 2003, p. 825). Trata-se, portanto, de uma ocorrência em que o sujeito é uma oração reduzida de infinitivo (terminologia usada por Celso Cunha e Lindley Cintra, na sua Nova Gramática do Português Contemporâneo, p. 607).
Ora, se tivermos em conta o que nos diz o Dicionário Terminológico sobre os tipos de sujeito, apercebemo-nos de que, em relação a «Errar», enquanto oração, se trata de um sujeito simples, pois é definido como «sujeito constituído exclusivamente por um grupo nominal ou por uma oração.
Nota: Já a gramática tradicional (Cunha e Cintra, ob. cit., p. 127) classificava esse sujeito oracional como sujeito simples, baseando-se na particularidade de o mesmo ter «um só núcleo, isto é, quando o verbo se refere a um só substantivo/nome (i), ou a um só pronome (ii), ou a um só numeral (iii), ou a uma só palavra substantivada (iv), ou a uma só oração substantiva (v):
(i) Matilde entendia isso.
Os olhos estavam secos.
(ii) Ele arrumava as gavetas, ela ajeitava o chapéu.
Isto não lhe arrefece o ânimo?
Quem disse isso?
Tudo parara ao redor de nós.
(iii) Os dois riram-se satisfeitos.
Ambos alteraram os roteiros originais.
(iv) Só o existires me consola.
O por fazer é só com Deus.
(v) Era forçoso que fosse assim.
Valeria a pena discutir com o Benício?»