A palavra foi transmitida por via erudita e, por isso, não sofreu fenómenos fonéticos característicos da fase medieval da língua, como seja a queda do -l- intervocálico (malu- > mau). Mas podem referir-se dois outros processos, um, provavelmente já antigo, e outro, comparativamente mais recente:
a) o provável avanço da vogal final que passou de -u em latim para -o, pelo menos até meados do período medieval, processo que ainda hoje é testemunhado pela grafia (escreve-se salário, e não "saláriu");
b) mais recentemente, talvez a partir do século XVIII, o processo de elevação do vocalismo átono no português europeu, afectando não apenas a vogal em posição átona final, como explicado em a), mas estendendo-se às vogais das sílabas pré-tónicas — daí a pronúncia [u] do grafema o e o "a" átono da primeira sílaba, que é átona (transcrição fonética [sɐˈlaɾiu] ou [sɐˈlaɾju]).