A ocorrência de vogais médias em sílaba átona não é surpreendente, pelo menos, em português europeu, variedade em que há numerosas excepções à regra de redução do vocalismo átono. Basta lembrar casos como o de oliveira que tem uma vogal média (ora pronunciada como o aberto ora como o fechado) em lugar do [u] que seria de esperar em posição inicial, uma vez que se trata de núcleo de uma sílaba átona.
Sobre palavras sem acento tónico próprio, diz Paul Teyssier, no seu Manual de Língua Portuguesa (Coimbra, Coimbra Editora, 1989, pág. 21):
«Algumas palavras, tais como os artigos, os pronomes pessoais átonos, certas preposições e certas conjunções, não têm acento tónico por si próprias, formando um único grupo fonético.
a) Quer com a palavra que vem a seguir
p. ex. o livro
Neste caso chamam-se proclíticas
b) Quer com a palavra que vem antes
p. ex. vejo-te [...]
Neste caso chamam-se enclíticas.»