Respondo ponto por ponto às suas observações.
Ahn
É a ABL quem estabelece lei na língua no Brasil, como afirmei. Não adianta que não aceite esse direito da ABL.
Eu não disse que concordava com o h interior em ahn. Mas também não concordo com o “coerdeiro” da ABL, e ele lá está no VOLP do português do Brasil (PB). Serão formas brasileiras que nós, portugueses, não temos o direito de condenar, a não ser no fa{#c|}to de contrariarem o acordo de 1990. Espero que um vocabulário para o português europeu tenha soluções mais do meu agrado, e atendendo a que a atitude da ABL levantou um precedente, para nós também não respeitarmos o acordo em tudo.
Sernachense
Em Rebelo Gonçalves, 1966 (ainda a referência de todos os a{#c|}tuais vocabulários para o português europeu), não existe o registo Sernache. Segundo o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, o regist{#|r}o de Sernache para Cernache remonta ao século XV. É natural que tenha perdurado, mas tem de aceitar que nos nossos tempos está desadaptada a designação do clube em relação à do nome da sua região.
Na minha resposta referia-me a gentílicos, não a adeptos dum clube. Mas, mesmo considerando só os adeptos, é natural que um benfiquista tenha uma designação relacionada com o local onde o clube se situa e que menciona na sua própria designação; idem para o neologismo "portista" (mais abrangente que portuense).
Mas aceito que os adeptos dum clube de Cernache queiram ser "sernachenses". Quem sou eu para os proibir de respeitar a sua história?
Côa
Ignorava que existe uma nota da ABL corrigindo o côa que está no seu VOLP para coa. Se o fez, é aquilo que defendo, como disse na minha resposta. Vou tentar obter uma cópia desta nota.
A argumentação que usou para obrigar a ABL (3.º da Base VIII) não obrigava taxativamente. Repare que presentemente já havia uma regra semelhante à que menciona (Base XXII: cor ¦ô¦ e cor ¦ó¦, ) e, no entanto, se mantinha a excepção côa. Foi abusivo da sua parte dizer que eu errei.
Pera, pero
Volta a ser abusiva a sua afirmação de que errei. As regras que indica (9.º e 10.º da Base IX) não obrigam também taxativamente que pêra e pêro deixem de ter acento. Se a supressão era geral no 9.º, bastava um ou dois exemplos; se se pormenorizou, não se compreende que tenha ficado um caso esquecido. Além disso, o novo AO tem pôde e pode, forma e fôrma, como excepções, o que deixa dúvidas. Pêra e pêro têm tido até hoje acento para não se confundirem com palavras caídas em desuso. Ora, se em pólo se retirou o acento porque se entendeu não considerar a palavra antiga correspondente, conclui-se que se fará o mesmo com pêra e pêro (foi o que fez a ABL no seu VOLP PB), não porque isso esteja claro no texto do novo AO.
Ao seu dispor para outros assuntos,