Gratos pelo seu reconhecimento.
A modalidade, ou seja, a gramaticalização de atitudes e opiniões dos falantes, é, em geral, expressa pelas categorias:
Verbos modais: poder, dever, ter (de)
Outros verbos com função modal: permitir, precisar (de), saber, crer
Modos verbais (indicativo, conjuntivo, imperativo, condicional)
Alguns tempos verbais (imperfeito, futuro)
Advérbios de frase (possivelmente, supostamente, alegadamente, necessariamente, obrigatoriamente, provavelmente, etc. ) e adjectivos correspondentes.
Os advérbios que refere não são tradicionalmente classificados como advérbios modais, podendo, no entanto, assumir valor modais e pragmáticos.
Exemplos:
«Já não tenho certezas de nada.»
«Eu logo vi!»
«Olha só para aquilo!»
«Eu bem sei o que ele quer...»
a par de:
«Eu cá sei o que lhe vou dizer...»
«O que estás para aí a dizer?»
Cunha e Cintra (Nova Gramática do Português Contemporâneo, 1984, p. 548-549) adoptam, nestes casos, a designação de «palavras denotativas», com a seguinte descrição: «Certas palavras, por vezes enquadradas impropriamente entre os advérbios, passaram a ter, com a Nomenclatura Gramatical Brasileira, classificação à parte, mas sem nome especial.» E acrescentam em nota: «à falta de uma designação mais precisa e mais generalizada, adoptamos provisoriamente esta, embora reconhecendo que "denotar" é próprio das unidades lexicais em geral.»
António Franco descreve estes elementos designando-os por partículas modais.