A origem da expressão «carapau de corrida» é obscura, como se regista no livro Puxar a Brasa à Nossa Sardinha, da autoria da jornalista Andreia Vale (editora Manuscrito):
«Não há uma explicação certa para a origem da expressão, mas uma das duas versões plausíveis é a de que os carapaus, mesmo sendo uma espécie de peixe que é rápida, acabam apanhados nas redes de pesca. Podemos daqui deduzir que mesmo os melhores – ou os que se acham melhores – e armados em espertos podem acabar por ser apanhados ou desmascarados.
Outra versão alega que a expressão pode ter nascido nas lotas, onde o peixe era vendido em leilões invertidos. Começava por se anunciar um preço mais alto e depois ia-se descendo até que alguém o comprasse. O peixe mais caro e de melhor qualidade era vendido em primeiro lugar e para o fim ficavam os peixes de menor qualidade. Conta-se que as peixeiras que compravam esse peixe de fim da lota, mais barato, iam a correr até à vila, para tentarem chegar ao mesmo tempo que as primeiras peixeiras, que já lá estavam a vender o peixe mais caro e de melhor qualidade. As peixeiras que chegavam em último tentavam assim enganar os clientes vendendo o peixe ao mesmo preço que as outras. Só que nem todos se deixavam enganar por esta esperteza saloia: alguns fregueses percebiam que aquele era... "carapau de corrida", um peixe de menor qualidade.»