A grafia haikai figura no Dicionário Houaiss, o qual, no entanto, regista também haiku e haicai, sendo esta um claro aportuguesamento assinalado como forma preferível.1 O Dicionário Unesp do Português Contemporâneo acolhe só haicai.
Entre obras publicadas em Portugal, o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, e o Grande Dicionário Enciclopédico Verbo acolhem só haicai, enquanto o Dicionário Universal de Língua Portuguesa apresenta hai-cai. Do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, e do Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, não consta nenhuma forma desta palavra. Seja como for, o próprio Vocabulário da Língua Portuguesa (1966), de Rebelo Gonçalves, consigna haicai.
Em conclusão, já existem aportuguesamentos gráficos feitos de acordo com as ortografias vigentes no Brasil e em Portugal. Além disso, a maior parte das obras consultadas que incluem o termo de origem japonesa prefere ou consagra apenas a forma haicai.
1 Sobre a relação entre haikai e haiku, afirma-se no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa:
«a forma haiku é mais utilizada como transliteração do japonês em línguas como o francês e o inglês, e nos livros especializados japoneses; no português, tanto como em outras línguas ocidentais, o registro mais encontradiço é com a forma haikai/haicai.»
Contudo, o consulente André Morais, quem agradeço a achega, alerta para o seguinte:
«[...] haiku e haikai não são sinónimos, nem números diferentes do mesmo vocábulo.
O haikai, ou haikai no renga, é uma composição poética iniciada por um hokku, que tem a estrutura semelhante ao que é conhecido por haiku.
Ao hokku seguir-se-ia uma série de versos ligados. No entanto, por vezes os hokku não eram incluídos em nenhum haikai, pelo que ficavam independentes.
A isto, fundindo os termos hokku com haikai, chamou o autor Masaoka Shiki, no séc. XIX, de haiku.»