Em relação ao português europeu, a forma geralmente registada em dicionários e prontuários é Tamisa. No entanto, há variantes: assim, Rebelo Gonçalves, no seu Vocabulário da Língua Portuguesa (1966), inclui o vocábulo Tâmesis, sem indicar se esta forma é uma variante de Tamisa; José Pedro Machado, no Dicionário Onomástico Etimológico é mais claro, quando regista Tâmesis como um decalque do latim ‘Tămĕsis’, que significa «Tamisa».1
No português do Brasil, consagrou-se a forma Tâmisa, conforme indica Maria Helena de Moura Neves, no Guia de Uso do Português: Confrontando Regras e Usos (São Paulo, Editora UNESP, 2003):
«A sílaba tônica é a antepenúltima (TÂ), e , por isso, a a palavra leva acento (proparoxítona).»
As diferentes acentuações parecem dever-se a diferentes critérios etimológicos na fixação da palavra, como se pode depreender do seguinte comentário de Rebelo Gonçalves, no Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa (Coimbra, Atlântida Editora, 1947, p. 358, n. 9):
«[Tamisa] [v]eio pelo fr[ancês] Tamise, donde a acentuação paroxítona, que já indica Bluteau (Tamîsa). A forma latina era proparoxítona: Tamĕsis.»
Por conseguinte, a forma europeia procede não directamente do latim mas deste mediante o francês. A forma brasileira, mantendo a acentuação latina, exibe, no entanto, uma terminação (-isa) que não é a da palavra latina original (-ĕsis) e que parece ter sido induzida por outra forma, provavelmente a francesa.
1 Recorde-se que em inglês o rio se chama Thames, mas em Oxford também é conhecido por Isis.