Na maior parte das fontes consultadas para a elaboração desta resposta, não foi possível encontrar esclarecimentos sobre a expressão em apreço. No entanto, ela parece ser interpretável como «andar atrapalhado» ou «comportar-se de forma atrapalhada»», conforme se pode inferir destas ocorrências da associação do particípio passado (enrolado) verbo enrolar, que, no registo informal, pode significar «atrapalhar(-se)» (cf. Dicionário Houaiss), à expressão «rabo de porco», como metáfora de qualquer situação complicada ou intrincada:
1. «Mais enrolado que rabo de porco, Renato de Castro (PMDB) propõe o que deixou de fazer como deputado estadual» (título de notícia no blogue brasileiro GSIA 24 horas)
2. «A verdade é que o peemedebista, até dia desses petista, está mais perdido que agulha no palheiro e mais enrolado que rabo de porco.» (idem, ibidem)
N. E. (20/4/2017) – Do consultor Gonçalo Neves, recebemos a seguinte achega, que muito agradecemos:
«Em relação [a esta resposta], creio poder dar um pequeno aditamento. Existe o adágio "de rabo de porco nunca bom virote", que se acha, por exemplo, neste interessante rifoneiro, dedicado ao porco. O adágio é antigo, pois figura numa redondilha de Camões (Obra Completa, Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1988, p. 463, e também nesta edição antiga das Rimas). O termo virote designava uma seta ou dardo curto. Sendo o rabo de porco enrolado, não serve mesmo para fazer virotes, que obviamente se querem direitos. Por isso mesmo, «rabo de porco», julgo eu, poderá designar genericamente uma pessoa ou coisa inútil.
Por outro lado, de acordo com o dicionário Aulete digital, o vocábulo rabo-de-porco designa igualmente uma planta euforbiácea e, em Macau, um carrapito de cabelo, ao qual também se chama xendi. Esta aceção capilar de rabo-de-porco, estou em crer, poderá ser influência do inglês pigtail.»