As sequências corretas são as seguintes:
1. «a que renunciamos...»
2. «mas em que pensava eu...»
3. «em que renúncia...»
Em 1 e 2, que é um pronome interrogativo. A forma tónica correspondente, quê, não pode ocorrer nesses contextos, uma vez que ela se usa só nos casos seguintes (sistematização com base em respostas anteriores e na pesquisa no Corpus do Português, de Mark Davies e Michael Ferreira):
a) no fim de frases interrogativas parciais: «renunciamos a quê?»;
b) no fim de frases interrogativas, seguidas de oração intercalada introdutora da interrogação: «renunciamos a quê, pergunto?»
c) no princípio ou fim de frase sem verbo ou cujo verbo é um infinitivo, desde que quê não seja complemento verbal: «Para quê tanta gritaria?»/«Tanta gritaria para quê?»; «Para quê chorar?»/«Chorar para quê?» (mas só se aceita «pensar em quê» — nunca «em quê pensar» —, porque «em quê» é o complemento oblíquo de pensar).
Relativamente a c), deve assinalar-se, no entanto, que no português do Brasil se usa para que sem acento circunflexo no começo da frase interrogativa com o verbo no infinitivo (atestações retiradadas do Corpus do Português): «[...] o apanhar o leque que escapa da mão que estremeceu, tudo isso.. mas para que divagações ? Que mancebo há aí, de dezesseis anos por diante, que não tenha experimentado esses doces enleios [...]» (Joaquim Manuel de Macedo, A Moreninha, 1844); «É tudo uma patifaria! - rouquejou o velho. Não temos homens.. - Para que homens? - Para quê? - Sim, para quê? - Para endireitarem isto.» (Coelho Neto, O Turbilhão, 1906).
Refira-se que existe outro advérbio interrogativo com forma tónica. Trata-se de porque, cuja forma tónica, porquê (cf. Dicionário Terminológico; escreve-se por quê no português do Brasil), surge em condições idênticas às de quê.