Prontos é um lema dos bombeiros. E todos nós sabemos quanto este lema vale.
Na linguagem corrente, prontos é um bordão da fala. É um apoio para passar de um assunto para a sua conclusão, usando apenas uma palavra.
Quando alguém explica a outrem alguma coisa e entende que deve passar à conclusão pode dizer: «Este assunto está acabado e, portanto, passo à conclusão».
Pronto também pode significar: «Vamos tirar conclusões ou vamos passar à acção».
Pronto é um adjectivo e consequentemente variável em género e número. Por isso, os bombeiros usam prontos no plural.
Quando a palavra pronto deixa de acompanhar os substantivos, perde as suas características de adjectivo e curiosamente pode adquirir a função de advérbio. Por exemplo, se nós dissermos «Pronto. Vamos ao trabalho!», pronto passou a funcionar como um advérbio, visto que equivale a dizer «Agora. Vamos ao trabalho».
Note-se que uma das características dos advérbios é terminarem em s como sucede com antes, depois, mais, menos, apenas, etc. E, assim, ao adquirir um s final, prontos surge como uma confirmação da mudança morfológica de adjectivo para advérbio.
Depois desta explicação sobre a palavra prontos, tão corrente actualmente, diremos que esta palavra não é necessária porque pronto é suficiente. E mesmo pronto poderá ser substituído por outras palavras para que a oralidade corrente não seja tão monótona e sem graça.
Quanto possível, devemos variar o discurso para não cairmos no psitacismo.
N.E. – Psitacismo é palavra da área da Medicina, tratando-se de «estado patológico do espírito, que consiste em acumular palavras e construir frases ocas de sentido, que se fixam e repetem, como que imitando o papagaio» (in dicionário da Porto Editora).