As duas formas que nos apresenta encontram-se no pretérito perfeito (dos verbos plantar e morder) conjugadas pronominalmente [no 1.º caso, com a modalidade -nas1 do pronome as, forma de pronome pessoal de compl. direto; no 2.º caso, com lha, forma contraída dos pronomes lhe (comp. indireto) + a (compl. dir.)].
Colocados os verbos no futuro, as frases ficam da seguinte forma:
«Eles plantá-las2-ão.»
«Aquele cão morder-lha-á.»
Nota: No futuro [e no condicional], o pronome não pode vir colocado depois do verbo (enclítico), dando-se «a mesóclise do pronome, ou seja, a sua colocação no interior do verbo. Justifica-se tal colocação por terem sido estes dois tempos formados pela justaposição do infinitivo do verbo principal e das formas reduzidas, respetivamente, do presente [e do imperfeito do indicativo] do verbo haver. O pronome empregava-se depois do infinitivo do verbo principal, situação que, em última análise, hoje se conserva. E, como todo o infinitivo termina em -r, também nos dois tempos em causa desaparece esta consoante e o pronome toma a forma lo, la, los, las» (Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Sá da Costa, 2002, p. 281). Assim: «plantar-(h)ão = plantá-las-ão; morder-(h)-á = morder-lha-á».
1 As formas o, a, os, as de pronome pessoal [que funcionam como complemento/objeto direto] assumem as modalidades no, na, nos, nas, «se a forma verbal terminar em ditongo nasal» (idem, p. 280).
2 O pronome assume as modalidades lo, la, los, las, «se a forma verbal terminar em -r, -s ou -z, suprimindo-se estas consoantes» (idem).