Note que promover é sinônimo de proporcionar ou oferecer. Logo, a regência de promover segue a regência desses dois sinônimos, que são transitivos diretos e indiretos: «proporcionar X a Y», «oferecer X a Y»; «logo, promover X a Y».
No entanto, na norma culta brasileira contemporânea, é muito comum a substituição da preposição a por para ao introduzir objetos indiretos*, semanticamente tomados na tradição gramatical por elementos recebedores ou beneficiários da ação verbal – assim como em «Comprei um carro para ela», no qual o núcleo do objeto indireto (ela) é o alvo recebedor (favorecido, beneficiado) da ação verbal.
Um adjunto adverbial de finalidade não é uma pessoa, e sim um propósito. Veja alguns exemplos:
– Viajou ontem para a promoção do seu livro.
– Para a alegria dos cidadãos, o governador decidiu se reeleger.
– Ele promoveu uma festa para o apaziguamento da má relação entre os funcionários.
Assim, «para os alunos» (ou «aos alunos») é um objeto indireto, e não um adjunto adverbial de finalidade.
Numa análise mais profunda, visando-se à distinção entre objeto indireto e adjunto adverbial, veja dois critérios empregados a partir da análise da frase «Ele promoveu uma festa para os alunos».
I. Ainda que não se explicite o objeto indireto («Ele promoveu uma festa»), deduz-se que o complemento verbal está implícito: afinal, quem promove, proporciona, oferece uma festa, certamente o faz tendo pessoas como alvo beneficiado desse momento: «promover algo (a/para alguém)».
II. A prova de que «para os alunos» (ou «aos alunos») é um objeto indireto é a possibilidade de usar lhe (essencialmente objeto indireto) em seu lugar:
«Ele promoveu-lhes uma festa.»
Sempre às ordens!
* Por ser brasileiro o consulente, foi usada na resposta a nomenclatura gramatical do Brasil.