O artigo definido português tem a sua origem no demonstrativo latino ille, illa, illud; no entanto, não se forma a partir do nominativo, mas do acusativo, no singular e no plural; isto é: illum, illam, illos, illas. A evolução fonética aparece desenvolvida na História da Língua Portuguesa de Paul Teyssier, que passo a citar: «Um artigo definido forma-se com base no demonstrativo ille. As quatro formas saídas do acusativo, diferenciadas em número e em género – illum, illam, illos, illas –, dão inicialmente lo, la [no singular, antes da perda da vogal inicial, há perda da nasal final de illum, illam], los, las, em virtude da aférese [isto é: perda da vogal inicial de palavra] sofrida pelo seu emprego proclítico. Como estes artigos vinham frequentemente precedidos de palavras terminadas por vogal – ex.: vejo lo cavalo, vende la casa - o l desepareceu à semelhança de todos os l da língua que se achavam em posição intervocálica, como o que se chegou às formas o, a, os, as.» (2001 [1980], 17).