O verbo solidificar, porque se refere a um fenómeno físico, pode ser encarado como defetivo impessoal. Com base em Celso Cunha e Lindley Cintra (Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Edições João Sá da Costa, 2000, p. 443) este tipo de verbos, os que exprimem fenómenos da natureza, como chover, trovejar, ventar, só aparecem na 3.ª pessoa do singular.
Contudo, solidificar poderá surgir também em contextos com valor metafórico, em referência também a pessoas, tal como regista o Corpus do Português, de Mark Davies e Michael Ferreira: «Ficaram todos contentes e logo o sacristão solidificou a sua ideia» (Aquilino Ribeiro, Terras do Demo, 1919). Observe-se que, na fonte consultada, contam-se apenas ocorrências da flexão do verbo na 3.ª pessoa. Contudo, no corpus da Linguateca, registam-se exemplos da flexão do verbo na 1.ª pessoa: «E eu, ou abandono e coloco à frente do bar alguém mais novo ou, então, solidifico e faço um bar sobre o qual os mais novos dirão: "não podemos ir lá porque encontramos os nossos pais".»
Em suma, apesar de eventuais usos na 1.ª e 2.ª pessoas da flexão, trata-se de um verbo predominantemente defetivo impessoal.