A tradição gramatical aconselha o emprego das formas oblíquas tónicas* depois da preposição entre.
Exemplo: «Que diferença há entre mim e um fidalgo qualquer?» (Luís de Sttau Monteiro, Felizmente há luar!)
Na linguagem coloquial predomina, porém, a construção com as formas retas (eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas), construção que se vai insinuando na linguagem literária:
«Entre eu e tu,
tão profundo é o contrato,
que não pode haver disputa.» (José Régio, As Encruzilhadas de Deus**)
Assim, ambas as propostas feitas pelo consulente estão corretas.
* Quanto à acentuação, nos pronomes pessoais distinguem-se as formas átonas (me, te, o, a, lhe, nos, vos, lhes, os, as, lhes) e as tónicas (mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, nós, connosco, vós, convosco, eles, elas).
** in Nova Gramática do Português Contemporâneo, Celso Cunha e Lindley Cintra