De uma forma simples, utilizam-se os pronomes pessoais sujeito (eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas), quando têm a função de sujeito, acompanhados por um verbo no infinitivo ou flexionado. Por exemplo: «Tu vais sair, amanhã.» Neste caso, tu é o sujeito, seguido pelas formas verbais vais sair.
De notar que, quando regidos de preposição, estes pronomes tornam-se oblíquos. Os pronomes oblíquos tónicos são: mim, ti, si, ela, ele, nós, vós, eles, elas e têm a função de complemento. Por exemplo, na frase: «Para ti, o mundo é maravilhoso!», poder-se-á trocar a expressão destacada: «O mundo é maravilhoso, para ti!»
Mas, atenção, por exemplo, a frase: «Era para tu ficares aqui!», apesar de apresentar a partícula para, antes do verbo no infinitivo pessoal, tem como sujeito o pronome pessoal tu.
Outros exemplos esclarecedores:
— «Este filme é bom para tu veres!» [Função de sujeito]
— «Este filme é bom para ti.» [Função de complemento]
— «Entre tu quereres comprar um iate e fazê-lo, vai uma grande diferença!» [Função de sujeito]
— «Entre mim e ti não há querelas! »[Função de complemento]
— «O facto de tu fazeres isso não significa que sejas má pessoa.» [Função de sujeito]
— «Gosto bastante de ti!» [Função de complemento]
Nota: Sendo esta a regra geral, há exceções a que Evanildo Bechara refere na sua Moderna Gramática Portuguesa, 37ª edição, páginas 144 e 145.
São estas:
«a) quando o verbo e o seu nominal estiverem distanciados, separados por pausa: Subiu! E viu com seus olhos. Ela a rir-se que dançava [GD]
b) nas enumerações e aposições, também com distanciamento do verbo e complemento: Depois de muita delonga, o diretor escolheu: eu, o Henrique e o Paulinho.
c) precedido de todo, só e mais alguns adjuntos, pode aparecer ele (e flexões) por o (e flexões); cf. adiante.
d) quando dotado de acentuação enfática, no fim de grupo de força: Olha ele! [EQ].
e) em coordenações de pronomes ou com um substantivo introduzidos pela preposição entre: Entre tu e eu (por entre ti e mim); entre eu e o aluno, entre o José e eu.»