A relação que se estabelece nesta frase ocorre no contexto das dependências anafóricas no plano do texto e não no plano estritamente sintático, que tem lugar apenas no interior da frase.
Neste caso, o advérbio assim assume-se como uma forma que não tem um conteúdo referencial próprio (como acontece com os pronomes de 3.ª pessoa, por exemplo) e que, por essa razão, aponta para expressões que, por seu turno, possuem esse conteúdo referencial próprio. É o que acontece em frases como (1), onde o pronome o remete para a expressão referencial «o João» e assume o seu significado:
(1) «Eu encontrei o João. Vi-o na biblioteca.»
Neste tipo de relações, diz-se que o pronome o é anafórico e depende referencialmente da expressão que surge antes.
É possível também existir uma dependência referencial relativamente a um elemento que surge depois na frase, como em (2):
(2) «Vi-o. Era o João.»
Neste caso, diz-se que o pronome o é catafórico, uma vez que remete para uma expressão referencial que surge depois na frase.
No caso da frase apresentada, o mesmo acontece com o advérbio assim, que remete para duas orações que surgem depois na linearidade da frase: «tudo desaparece» e «tudo é fantasia».
Disponha sempre!