Acerca de HIV, começo por dizer que, por se tratar de uma sigla em inglês — human immunodeficiency virus (ver Oxford Advanced Learner's Dictionary) —, é expressão que deve ser substituída pela sigla correspondente em português: VIH, «vírus da imunodeficiência humana» (ver Dicionário Houaiss). Quanto ao uso do artigo definido, este é legítimo, porque, quando se diz «o HIV», se subentende «o vírus que é designado pela sigla HIV» — trata-se, portanto, de uma elipse. Se há contextos em que não se usa artigo, é porque muitas vezes as palavras que designam patologias ocorrem em construções com o verbo-suporte ter: «tem sarampo, asma, VIH». Mas outros contextos existem em que se torna de duvidosa aceitabilidade omitir o artigo; por isso, a expressão «infetado por VIH» não é melhor que «infetado pelo VIH». O mesmo se diga de CMV, que é sigla que surge por influência da terminologia inglesa, como forma de abreviar uma longa palavra composta (cytomegalusvirus; é conhecido o horror das culturas anglo-saxónicas a palavras compridas), mas cujo emprego me parece mais adequado na sua forma plena, citomegalovírus, porque em português não é habitual formar siglas de compostos de origem grega.