Se não me engano, a consulente refere-se a conceitos da chamada Escola de Praga (ou Círculo Linguístico de Praga), que veiculou uma corrente linguística nos anos 30 do século passado, a que se deu e dá o nome de funcionalismo. Esta corrente derivou directamente do estruturalismo e procurava evidenciar a função dos elementos linguísticos (sobretudo na área do fonologia) através do seu carácter contrastivo.
Relativamente aos termos "rese" e "rema", lamentavelmente, apenas um é conhecido – rema –, por oposição a um outro, igualmente conhecido – tema, ambos ligados à área da Semântica. "Rese" não aparece referenciado em nenhum dos manuais e sítios da Internet que consultei, razão por que se falará apenas do primeiro e da sua relação com o segundo.
Por tema entende-se a parte introdutória de um enunciado, havendo autores que postulam que o tema é sempre ocupado pela posição inicial na oração (é o «tópico»).
Por rema entende-se a informação que o falante quer referir (é o comentário) ou, por outras palavras, o rema constitui o conteúdo semântico propriamente dito da oração.
Por exemplo, na frase «Eu amanhã vou à praia», o tema é «Eu amanhã» e o rema «vou à praia»; já na frase «À praia, amanhã eu vou» o tema é «À praia» e o rema «amanhã eu vou».
Como complemento desta informação, recomenda-se a leitura do Dicionário de Termos Linguísticos (Maria Helena Mira Mateus et al., editado pelo ILTEC, Lisboa), volume II (vide tema, rema e funcionalismo) e da Gramática de Usos do Português (de Maria Helena de Moura Neves, UNESP, São Paulo, página 58).
Sobre o termo “rese”, "mea culpa" se dele nada vi ou ouvi...