Penso que a consulente se refere a casos como os de pianista e dentista, os quais designam não adeptos de uma doutrina (não há *“pianismo” nem *“dentismo”) mas sim ocupações. A razão para isto acontecer tem que ver com o sentido do sufixo grego ‘-istés’, que está na origem de ‘-ista’. Este sentido tem de ser visto em associação com o de ‘-ismós, oû’, o qual entrava na formação de nomes de acção derivados de verbos em ‘-ízō’ e, por vezes, ‘-iō’. Deste modo, o sufixo ‘-istés’ indicava a noção de agente, isto é, a pessoa que praticava uma dada acção. É o caso de protagonista, termo que tem origem no grego ‘prótagónistês, oû’, «que combate na primeira fila; o que desempenha o papel principal em uma peça teatral», derivado constituído por ‘prôtos’ («primeiro») + ‘agónistês’ («lutador, atleta»), este por sua vez derivado do verbo ‘agónídzomai’, «concorrer em jogos públicos, lutar, disputar o prêmio; combater».