Encontro o adjetivo lampante num artigo da Wikipédia (sublinhado meu):
«[O] [a]zeite de oliva comum é obtido da mistura do azeite lampante, inadequado ao consumo, reciclado por meio de processos físico-químicos e sua mistura com azeite virgem e extravirgem.»
Devo, contudo, observar que não vejo este adjetivo figurar nos dicionários que consultei, sejam eles portugueses ou brasileiros (Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, Grande Dicionário da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, Dicionário de Expressões Populares, de Guilherme Augusto Simões, Dicionário Houaiss, Dicionário Aulete). Onde dou com a palavra registada é em espanhol, como atesta a entrada lampante no dicionário da Real Academia Española (RAE), correspondente à definição «[s]e dice del queroseno purificado que se emplea para el alumbrado» («diz-se do querosene purificado que se emprega na iluminação»).
A palavra ocorre atualmente também em português, em páginas da Internet respeitantes à indústria do azeite, conforme se verifica no seguinte exemplo:
«O Copa-Cogeca recebeu com satisfação a decisão do comité de Gestão da União Europeia para activar a ajuda ao armazenamento privado para o azeite virgem, mas lamenta o facto de o azeite lampante não ser incluído na mesma.»
O facto de lampante não ocorrer em nenhum dos dicionários de português consultados, mas, sim, em páginas da Internet relacionadas com a moderna indústria do produto em referência, leva-me a sugerir que estamos perante um estrangeirismo recente, cuja introdução talvez decorra da intensificação do contacto económico com Espanha, o maior produtor de azeite do mundo.