Tal como sucede com todas as palavras compostas por uma forma verbal na terceira pessoa do singular do presente do indicativo seguida de uma forma nominal, apenas a sua parte nominal tem a capacidade de flexionar em termos da distinção singular/plural (ex.: guarda-chuva vs. guarda-chuvas).
Quando a parte nominal se encontra, à partida, pluralizada, mesmo quando a palavra composta está no singular, não existem diferenças morfológicas entre a forma do singular e a do plural (ex.: um abre-latas, dois abre-latas). A palavra arranha-céus inscreve-se neste último caso, apresentando o singular e o plural exactamente a mesma configuração, i.e., arranha-céus.
Quanto à palavra meio-dia, a questão é um pouco mais complexa. Em primeiro lugar, importa sublinhar que, no seu uso enquanto localizador temporal, esta palavra não surge tipicamente no plural, mesmo quando são referidas várias ocorrências. É o que sucede em frases como «(todos os dias,) o João almoça ao meio-dia», que não pode ser parafraseada por «(todos os dias,) o João almoça aos meios-dias». Este comportamento não é exclusivo da palavra meio-dia, sendo característico das diferentes formas de localização temporal (cf. «(Todos os anos,) a Maria recebe o subsídio de Natal em Dezembro», e não "em Dezembros").
Para os falantes que aceitam o uso de meio-dia como um nominal em posições argumentais como a de sujeito ou a de obje{#c|}to, é hipoteticamente possível formar o plural desta palavra. Tratando-se de um composto obtido a partir de um quantificador e de um nome, ambos flexionáveis em termos de singular/plural, a forma resultante seria meios-dias. Um exemplo de frase em que este composto poderia surgir no plural seria o seguinte: «Em Agosto, os meios-dias são quentes.» Note-se, no entanto, que usos como este estão longe de ser consensuais e nem todos os falantes os aceitam. Para estas pessoas, uma palavra como meio-dia simplesmente não poderá ser usada no plural.