Estamos perante um verbo perceptivo (ver) que associada a uma oração de gerúndio (andando) ou infinitivo gerundivo (a andar, que é usado em Portugal). A particularidade desta construção é a de ser ambígua quanto à identificação o sujeito do gerúndio:
(1) «O professor viu-me andando/a andar na rua.»
Esta frase pode ser parafraseada como:
(2) «O professor viu-me quando ele/eu andava na rua.»
O mesmo se pode dizer quando o sujeito de ver em (1) e (2) for «eu», e o complemento dire{#c|}to, «o professor» ou «ele», como em (3) e (4):
(3) «Eu vi-o andando/a andar na rua.»
(4) «Eu vi-o quando eu/ele andava na rua.»
Note que a colocação do pronome em relação ao verbo ver identifica a variedade de português:
(5) «Ele me viu» (português brasileiro).
(6) «Ele viu-me» (português europeu).
Acresce que não há ambig{#u|ü}idade quando se usa o infinitivo em português europeu sem a preposição a:
(7) «O professor viu-me andar na rua» = «O professor viu-me quando eu andava na rua».
Em relação ao verbo deixar, que é causativo, as propriedades verificadas nas frases anteriores são as mesmas.
Por fim, as estruturas «Eu vi ele andando/a andar/andar» existem no português em geral, mas não são aceites pelas normas-padrão. O caso torna-se mesmo de agramaticalidade, quando se constrói «O professor viu eu andando/a andar/andar», que é mesmo de rejeitar.