O uso «vamos comigo» é de facto uma redundância que a norma não aceita, porque, ao dizer-se «vamos», já se deixa implícita a ideia de que o sujeito que fala é companhia dos seus interlocutores – não é preciso reforçar a frase com comigo.
Deve, no entanto, observar-se que, no português coloquial brasileiro, é conhecida a expressão «vamos comigo», que chega a ser recriada literariamente: «– Pois é, Duda, você tá chegando tarde. Vamos comigo para o comitê – disse o sogro» (Joyce Cavalcante, Inimigas Íntimas, 1993, in Corpus do Português, de Mark Davies e Michael Ferreira). E assinale-se que a linguagem da poetisa Adélia Prado vai buscar muitas construções ao português do Brasil mais popular. É o caso de «vamos comigo».